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sábado, 27 abril 2024

Integridade: a marca de Cristo

Somos humanos como Pedro, mas se trazemos a marca de Cristo, nossas atitudes e nossas palavras não podem se contradizer

Por Lidice Meyer Pinto Ribeiro

Como você se comporta quando seus posicionamentos são questionados? Você mudaria de posição ou de atitude se isto fosse favorecer a si ou a alguém a quem estima? Você tem coragem de agir com integridade mesmo que isto lhe custe um valor alto?

Ser íntegro é ser inteiro, intacto, sem sofrer alterações a cada momento. Dr. Martin Luther King Jr disse certa vez que “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como se mantém em momentos de controvérsias e desafios.” É nos momentos em que somos desafiados que a nossa integridade é testada.

Dentre todos os eventos da história de Cristo de que temos conhecimento pela Bíblia, dois me chamam muito à atenção: a tentação no deserto (Mt 4.1-11) e seu julgamento e crucificação (Mt 27). Nestes dois momentos em especial a sua humanidade foi posta à prova: fome, cansaço, frio, dor, humilhação e tortura. Até onde um simples humano poderia suportar? Não há nada de errado nestas afirmações: “és filho de Deus” (Mt 4.3,6); és o rei dos judeus” (Mt 27.11); “é rei em Israel” (Mt 27.42).

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Mas, junto destas afirmações, havia uma contraparte, um desafio: “manda que estas pedras se transformem em pães”; “atira-te abaixo”; “desça da cruz”. Ações que Jesus, pela sua natureza divina, poderia facilmente realizar, mas que custariam a sua integridade. Nada, nem mesmo a fome, o frio, o cansaço e nem a dor fizeram com que Jesus negasse a sua integridade. Enquanto isso, Pedro foi desafiado por uma simples criada com uma verdade: “tu estavas com Jesus” ao que ele respondeu: “não conheço tal homem” (Mt 26.69-72). A integridade do homem Jesus se contrapõe a fraqueza do homem Pedro.

Somos humanos como Pedro, mas se trazemos a marca de Cristo, nossas atitudes e nossas palavras não podem se contradizer. Quantas vezes, por situações muito mais simples optamos por nos adequar ao pensamento e às atitudes que nos rendem mais apreço ou mais validação perante os outros, deixando a integridade de lado? É tempo de reavaliar nossos posicionamentos.

É tempo de cultivar a marca de Cristo em nós: a integridade em tudo o que somos e fazemos. A mensagem em Apocalipse à igreja de Sardes é mais do que atual: “Conheço tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te.” (Ap 3.1-3)

Lidice Meyer Pinto Ribeiro é Pós-Doutora em Antropologia e História pela Universidade de São Paulo (USP), além de docente no mestrado em Ciência das Religiões da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, Portugal. Também é professora no Moriah College do International Moriah Institute.

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