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quarta-feira, 26 DE março DE 2025

A cultura TikTok chegou!

O uso de redes como o TikTok é preocupação na área de saúde mental/emocional, que pesquisa fatos como nomofobia – medo de ficar sem celular

Por Lourenço Stelio Rega

O TikTok já virou uma espécie de cultura assumida por pessoas em todo o mundo, em todas as esferas da convivência social e afetando como as pessoas se envolvem ou não com a vida, com os relacionamentos, no que será ou não priorizado na utilização de seu tempo, etc.

TikTok acabou sendo o nome de uma das mais populares redes sociais do mundo, onde é possível criar e compartilhar vídeos curtos de alguns segundos, ou até cerca de 3 minutos em geral. Tudo muito atrativo, rápido e envolvente. É repleto de entretenimento e aguçador da curiosidade conquistado mais e mais usuários ávidos por novidades e atrações. A pessoa pega o celular e quando se dá conta o tempo acaba indo embora, vídeo após vídeo.

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Essa popularidade do aplicativo TikTok já tem se tornado objeto de estudos nas áreas de comunicação, tecnologia e da saúde mental/emocional. Um dos fatores que está tornando o TikTok e outras redes sociais viciantes seria, além da possibilidade de ver “infinitos” vídeos seguidos, a existência de motivação constante nos curtos enredos dos vídeos e o aumento significativo de seguidores e curtidas, que fornecem agradável sensação de aprovação e pertencimento.

Há uma sensação de desperdício do próprio tempo e reduzido aproveitamento de algo para enriquecer a vida e seu projeto em andamento. A atenção das pessoas está em franca redução, a redução do nível de paciência em ouvir/ler/assistir mensagens, que vai refletir nos relacionamentos.

Notamos o crescimento de uma geração superficial que não se aprofunda em ampliar a sua compreensão sobre a vida e sobre as coisas. Uma geração impaciente que não investe tempo em ouvir e ver o outro, buscar compreender outras perspectivas. Uma geração movida a impulsos dopamínicos que acaba sendo aprisionada pelas sensações de cada mensagem, especialmente recheadas de imagens e sensações atrativas, mas nem sempre contribuindo para um projeto saudável de vida.

Além de gerar a sensação de provisoriedade e busca de novas e mais intensas sensações, que afeta diretamente o sentido de historicidade, que é o desenho histórico do cotidiano em que vale apenas o presente, que vai sendo consumido sem sólida construção de linha histórica de futuro.

O tema já é preocupação de profissionais da área de saúde mental/emocional que tem sido mapeado como nomofobia (no-mobile phobia), ou medo de ficar longe do celular. Há casos em que haja necessidade de atendimento profissional.

Não é possível negar o valor da comunicação virtual, mas também não é possível ser tão inocente assim sobre este assunto e deixar de levar em conta esses e outros efeitos que necessitam de urgente e profunda atenção.

Se você está “contaminado” pelo “efeito TikTok” e/ou nomofobia que tal fazer uma revisão de seu projeto de vida, recalibrar suas prioridades, estabelecer horários específicos para se conectar na Internet e até medir o tempo que tem sido ocupado especialmente em “assistir” as redes sociais.

Vale a pena, portanto, nos voltarmos para nós mesmos, para nossa história pessoal de vida e se, ao final dela, poderemos olhar para trás para vermos se deixamos uma trajetória louvável.

Lourenço Stelio Rega é eticista e escritor, licenciado em Filosofia pela UNIFAI-SP, bacharel e mestre em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, mestre em História da Educação e doutor em Ciências da Religião pela PUC-SP, especialista em Bioética.

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