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quinta-feira, 25 abril 2024

Pausas necessárias para o descanso

“Precisamos aprender a usar o tempo numa perspectiva mais ampla e que inclua também os períodos de descanso, refrigério e reflexão”

Por Joarês Mendes de Freitas

Gosto dessa frase: “Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música.” As pausas marcam momentos de transição entre os movimentos e conectam os vários segmentos de uma composição. Elas fazem uma alternância entre o som e o silêncio, algo necessário para o andamento numa apresentação musical.

Em nossa vida, como acontece na música, as pausas são necessárias. Jesus sabia muito bem disso. Seu ministério foi sempre muito intenso, mas isso não o fez perder de vista a necessidade de intervalos regulares para descanso. Ele tinha ocasiões próprias de restauração tanto física, quanto emocional e espiritual. Costumava buscar refúgio no monte das Oliveiras (Lucas 22.39). Em Marcos 6.31, num dia tão movimentado que nem comer eles puderam, Jesus disse aos seus discípulos: “Vamos descansar um pouco.”

Todo líder sabe que o seu trabalho nunca termina, por mais que ele faça, sempre haverá mais a fazer. Por esse motivo, alguns permanecem em atividade, física ou mental durante muitas horas no dia (às vezes, na noite também!), vivendo num ritmo perigoso que resulta em sérias consequências para si mesmo, sua família e ministério.

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O cansaço tem se tornado uma das características mais salientes na sociedade dessa época. Por onde transitamos vemos pessoas esgotadas, estressadas e desmotivadas. O estilo de vida intenso adotado pela maioria das pessoas é uma das principais causas para esse quadro. As consequências da exaustão são bem conhecidas porque afetam a nossa vida em todas as áreas.

O sociólogo e cientista político Domenico de Massi autor do livro Ócio Criativo diz que é necessário manter o equilíbrio entre trabalho, estudo e lazer, incluindo uma maior valorização do tempo livre. Muitos reconhecem isso, o problema é que, na prática, não observam esses intervalos de descanso. Gordon Macdonald nos lembra que “Deus estabeleceu um ritmo para a criação que consistia em trabalho e descanso. Isso não é um luxo, é um mandamento” (Ponha ordem em seu mundo interior, p. 212 e 213).

As pausas para descanso, mudança de cenário e de atividade são condições básicas para a saúde física, emocional e espiritual. Essas disciplinas facilitam o surgimento de novas ideias; renovam a motivação; agregam qualidade ao trabalho e, sobretudo, funcionam como oásis no deserto, nos permitindo sentir o vento fresco do Espírito.

Precisamos aprender a usar o tempo numa perspectiva mais ampla e que inclua também os períodos de descanso, refrigério e reflexão. Em seu livro Crescendo nas estações da vida, Charles Swindoll observa o seguinte: “No lugar de nossa exaustão e fadiga espiritual, Deus nos dá o descanso. Tudo o que pede é que venhamos a ele, que gastemos tempo com ele, meditando, conversando, ouvindo a sua voz em silêncio, ocupando-nos com ele e ficando ‘completamente perdidos’ no lugar da sua presença” (p. 144).

Devemos, à semelhança de Jesus e seus discípulos, investir regularmente algum tempo para essas pausas de descanso. Os resultados são altamente compensadores.

Joarês Mendes de Freitas é pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES.

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