Embalado pela onda rosa do filme da Barbie, dois artistas argentinos criaram as versões do “Jesus Ken” para uma exposição.
Por Cristiano Stefenoni
Impulsionada pela onda rosa do filme Barbie, os artistas argentinos Pool Paolini e Marianella Perelli resolveram lançar uma exposição intitulada “Barbie: ThePlasticReligion” (Barbie, A Religião de Plástico), onde apresentariam os bonecos Ken na versão “Jesus Crucificado”.
Como era de se esperar, após duras críticas da comunidade religiosa, o evento, que aconteceria no próximo sábado (11), em Buenos Aires, foi cancelado temporariamente pela galeria P.O.P.A.
Além da figura de Jesus, a exposição apresentaria também a boneca Barbie na versão da Virgem de Guadalupe e de Nossa Senhora Aparecida, o que gerou a revolta dos católicos. Segundo o diretor da galeria, Marcelo Boco, os artistas foram ameaçados por fiéis que prometeram ir ao local para impedir a exposição.
Apesar de toda a polêmica, a exposição em novo local e dia não foi descartada, assim como a venda dos bonecos em lojas comerciais. A pergunta que se faz é: até que ponto a busca por curtidas e likes, a exposição mercadológica e a “lacração” podem impactar a vida cristã das pessoas?
Parta o pastor sênior da Primeira Igreja Batista de São Paulo, Paulo Eduardo Vieira, o grande problema desse tipo de boneco é comercialização e a vulgarização da figura santa de Cristo.
“Não acho que um boneco seja um incentivo à idolatria. Mas o ‘Jesus Ken’ é uma vulgarização da figura de Cristo, uma forma de colocar a figura de Jesus no comércio, no mesmo patamar de outros bonecos para brincar. Isso é muito ruim”, critica o pastor Eduardo.
Ele lembra que existem várias outras ferramentas lúdicas para ensinar a Bíblia para as crianças. “Nas escolas bíblicas dominicais para as crianças temos os desenhos para elas pintarem, com os personagens da Bíblia como Jesus, Maria, os discípulos, os profetas, entre outras opções de atividades”, explica.
Contudo, para o presidente da Igreja Batista Getsêmani (BH/MG), pastor Jorge Linhares, o boneco Jesus Ken é sim uma idolatria e distorce a imagem do Criador.
“É terminantemente proibido a imagem de escultura transparecendo e incentivando adoração (Êxodo 20). Agora imagine um japonês, um negro, um índio vendo uma imagem tão contrária a realidade e tão vulgar representando um Deus criador, onipotente, poderoso e vencedor. A intenção não pode ser pura ou inocente. Pelo contrário, é maligna e perversa”, alerta o pastor Linhares.
