Propriedades foram queimadas após rumores de construção de igrejas no país
Por Gustavo Costa
Diversas casas e propriedades cristãs foram atacadas no dia 23 de abril, em Al-Fawacher, província de Minya, no Egito. De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW) , um grupo de muçulmanos atacou moradias de cristãos na região, após rumores de que planejavam construir uma igreja na localidade.
As autoridades agiram rapidamente, com os bombeiros controlando o incêndio e a polícia organizando uma operação para prender os instigadores do ataque. “Uma cultura inaceitável de intimidação e discriminação continua a prevalecer nesta região, apesar dos passos positivos dados pelas autoridades egípcias nos últimos anos e do compromisso pessoal do Presidente Sisi no combate ao extremismo sectário e na promoção da igualdade de cidadania”, explicou o presidente fundador da CSW, Mervyn Thomas.
Segundo ele, todos os cidadãos egípcios devem ser livres para praticar qualquer religião ou crença da sua escolha, sem medo de ameaças ou violência física. “Aplaudimos a rápida intervenção das autoridades locais e instamos o governo egípcio a continuar a combater o extremismo, o ódio sectário e o incitamento, garantindo o fim das políticas e práticas que criam divisão entre as comunidades”, disse.
Depois de emitir um memorando designando o domingo e a segunda, respectivamente 5 e 6 de maio, como feriados para celebrar o Dia do Trabalho, e não 1º de maio, o governo egípcio revoltou a comunidade ortodoxa.
Alguns ativistas falaram à CSW que a medida poderia ter como objetivo apaziguar a comunidade muçulmana salafista do Egito, que considera reconhecer a Páscoa como pecaminosa, pois desafia a doutrina islâmica dominante na região, que nega a crucificação e ressurreição de Jesus.