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quarta-feira, 1 maio 2024

Ir à igreja reduz em até 30% taxa de mortalidade, diz pesquisa

igreja oração
Foto: unsplash

Uma das possíveis explicações lógicas é a associação que a crença pode ter com hormônios. A prática religiosa está ligada à secreção de endorfina e dopamina, substâncias do prazer e bem-estar.

Por Marlon Max

Na hora da angústia, no limiar entre a vida e a morte, até mesmo os mais céticos são movidos à acreditar que a ação divina é uma alternativa para a cura ou socorro. Até pouco tempo, ciência e religião dialogavam, mas isso se encerrou desde que uma série de estudos comprovou a eficácia da espiritualidade em tratamentos complexos.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), referência na medicina brasileira, publicou o mais completo documento sobre a relevância da espiritualidade e de atributos como a compaixão e o perdão no tratamento de diversas doenças.

A ciência confirma o que já está anunciado na bíblia: “Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”, diz o apóstolo Paulo em Colossenses 2:3. Segundo estatísticas, dois terços das escolas médicas dos EUA, como Harvard e Johns Hopkins, oferecem cursos sobre a espiritualidade e a fé em seus currículos, principalmente porque os pacientes estão exigindo um cuidado mais espiritual. Além disso, uma sondagem da revista NewsWeek apontou que 84% dos americanos disseram que acreditam e oram para que os outros possam ter um efeito positivo sobre a sua recuperação.

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De acordo com a pesquisa publicada pela Revista Veja, a ideia é que, ao investigar a vida do paciente, o profissional dê a mesma dimensão para questões clássicas, como hábitos alimentares, e aquelas associadas à espiritualidade. “É uma abordagem que pode prevenir problemas e capaz também de detectar causas de enfermidades que não são rastreadas por exames convencionais, como dores crônicas, insônia e até depressão”, diz Álvaro Avezum, diretor da Socesp e cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

paciente
Foto: Unsplash

Em outro estudo liderado por cientistas do Hospital Universitário Brigham para Mulheres, da Faculdade de Medicina de Harvard, adotou uma nova abordagem para entender como a fé e a espiritualidade atuam no cérebro humano. Através de exames de imagem, os pesquisadores conseguiram descobrir que existe um circuito cerebral específico diretamente ligado à fé.

Este circuito cerebral está centrado no cinza periaquedutal (PAG), uma região do tronco cerebral que tem sido implicada em várias funções, incluindo condicionamento do medo, modulação da dor, comportamentos altruístas e amor incondicional. As descobertas da equipe foram publicadas na Biological Psychiatry.

Já o levantamento brasileiro traz 368 referências de estudos internacionais sobre o assunto feitos nos últimos anos. Um dos trabalhos mais interessantes foi desenvolvido pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, com cristãos. Ele atestou que ir à igreja ao menos uma vez por semana pode reduzir a mortalidade de 20% a 30% em um período de até quinze anos. O ponto básico para explicar o papel da fé na saúde é associá-la ao modo de ver a vida.

A espiritualidade é uma questão essencial para a maioria das pessoas: cerca de 80% da população mundial está ligada a alguma religião ou acredita em um poder superior. O ponto do novo documento é ajudar os profissionais de saúde na identificação dos pacientes que desejam ou precisam dessa nova abordagem.

“Apenas recentemente a medicina e a espiritualidade foram divididas uma da outra. Parece haver essa união perene entre cura e espiritualidade entre as culturas e civilizações”, disse Michael Ferguson, Ph.D., pesquisador principal do Brigham’s Center for Brain Circuit Therapeutics.

“Estou interessado em saber até que ponto a nossa compreensão dos circuitos cerebrais pode ajudar a criar questões cientificamente fundamentadas e clinicamente traduzíveis sobre como a cura e a espiritualidade podem co-informar uma à outra”, conclui.

Contudo, até muito recentemente, medicina e espiritualidade não conversavam. Hoje, nove em cada dez universidades médicas nos Estados Unidos incluíram na grade curricular o tema espiritualidade e saúde. No Brasil, ainda engatinha. Convém, portanto, deixar de lado os preconceitos, mas também os exageros religiosos, e crer.

Com informações Veja

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