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quinta-feira, 2 maio 2024

Dólar sobe 1,22% e alcança R$ 5,38 com aumento de tensão eleitoral

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"O dólar esta derretendo lá fora, mas aqui tem esse descolamento com a incerteza sobre o resultado da eleição", diz economista - Foto: J. Comp

“O dólar esta derretendo lá fora, mas aqui tem esse descolamento com a incerteza sobre o resultado da eleição”, diz economista

Após instabilidade e troca de sinais pela manhã, o dólar se firmou em terreno positivo ao longo da tarde e, com uma arrancada na reta final dos negócios, encerrou a sessão desta quarta-feira, 26, em alta de 1,22%, cotado a R$ 5,3817, na máxima da sessão. Foi o terceiro pregão consecutivo de avanço da divisa, que já acumula valorização de 4,54% na semana e se aproxima dos níveis de fechamento vistos antes do primeiro turno da eleição presidencial, na casa de R$ 5,39.

Segundo profissionais do mercado, o aumento da tensão pré-eleitoral impossibilitou mais uma vez que o real se beneficiasse do enfraquecimento da moeda americana no exterior, em meio à consolidação das apostas em uma moderação do ritmo de alta de juros nos Estados Unidos.

Pesquisas mais recentes mostram liderança, embora apertada, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e provável estagnação de uma suposta onda de crescimento do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quarta pela manhã traz Lula com o 53% dos votos válidos contra 47% de Bolsonaro.

A postura defensiva dos investidores refletiria incertezas sobre a condução da política econômica em eventual governo Lula e temores de crise institucional, caso Bolsonaro questione uma possível derrota no pleito sob pretexto de fraude nas urnas eletrônicas ou má conduta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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“O dólar esta derretendo lá fora, mas aqui tem esse descolamento com a incerteza sobre o resultado da eleição. O mercado ainda espera que Lula anuncie a equipe econômica e seus planos porque teme uma gestão parecida com a de Dilma (referência à ex-presidente Dilma Rousseff)”, diz a economista-chefe da B. Side Investimentos, Helena Veronese, ressaltando que, dado o quadro eleitoral, até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no período da noite, com provável anúncio de manutenção da taxa Selic em 13,75%, ficou em segundo plano.

Para Veronese, caso Bolsonaro saia vencedor do pleito de domingo, os ativos brasileiros tendem a se recuperar, em um comportamento similar ao visto após primeiro turno, cujo resultado levou Lula a buscar alianças ao centro e trouxe a composição de um Congresso mais conservador. “O mercado vai ficar mais animado com Bolsonaro e podemos ver o dólar recuar bastante”, diz.

Após o episódio envolvendo a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) aumentaram também os temores de reação violenta e contestação do resultado do pleito. Bolsonaro voltou a pôr em xeque na terça a credibilidade do sistema eleitoral e crescem as críticas de aliados do presidente à atuação do TSE.

Causou ruído no mercado nesta quarta a exoneração do servidor do TSE Alexandre Gomes Machado, que era responsável por receber arquivos com as propagandas publicitárias de campanhas eleitorais e inseri-los no sistema eletrônico do tribunal para que pudessem ser acessados por rádios e TVs. Ele foi exonerado após ação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, enviada ao TSE sobre suposto favorecimento de rádios à campanha de Lula.

Segundo apurou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a demissão teria ocorrido após o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, avaliar que o ex-servidor estaria atuando de forma política e dificultando a resposta à acusação da campanha de Bolsonaro.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-servidor teria dado a entender que foi exonerado por ter apontado, desde 2018, falhas na fiscalização de inserções de propaganda eleitoral. Em nota, o TSE chama as alegações de Machado de “falsas e criminosas” e afirma que a “exoneração do servidor foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas”.

Segundo o economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, a volta do dólar para perto de R$ 5,40 mostra que “os mercados estão realmente preocupados com a eleição”, uma vez que todas as outras moedas emergentes estão se fortalecendo. “Os mercados apenas querem uma eleição pacífica e uma transição ordeira. Com isso feito, o real vai subir com força”, escreve o economista no Twitter.

Com informações de Agência Estado

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