O que inspira homens e mulheres a praticarem atos de generosidade? Economistas, psicólogos e filósofos refletem sobre essa questão há milênios. Se pressupormos que o comportamento humano é motivado principalmente pelo interesse pessoal, parece ilógico sacrificar voluntariamente os recursos pelos outros.
Na tentativa de resolver esse paradoxo sobre generosidade, especialistas formularam a teoria de que doar ou presentear satisfaz o desejo de elevar a posição do indivíduo em um grupo. Outros sugeriram que o ato promove a cooperação tribal e a coesão, um elemento-chave na sobrevivência dos mamíferos. Outra explicação é que doamos apenas porque esperamos receber algo em troca.
Pesquisa realizada por Soyoung Park, Thorsten Kahnt, Azade Dogan, Sabrina Strang, Ernst Fehr e Philippe N. Tobler e publicada na revista científica “Nature Communications” sugere que a resposta pode ser muito mais simples: doar nos deixa feliz. Segundo Park, do Departamento de Psicologia da Universidade de Lübeck, na Alemanha, e responsável pelo estudo, o levantamento fornece evidências comportamentais e neurais que apoiam a ligação entre generosidade e felicidade.
O experimento foi realizado em Zurique, na Suíça, com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após gestos de bondade. Consistentemente, eles indicaram que doar era uma experiência de bem-estar. Ao mesmo tempo, os exames de ressonância magnética revelaram que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou uma resposta em outra parte vinculada à felicidade.