O Sindicato Nacional dos Editores de Livros acaba de divulgar os números referentes a 2016 da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, feita em parceria com a Câmara Brasileira do Livro.
Assim como já havia acontecido em 2015, os dados apurados pela Fipe são preocupantes. O crescimento nominal da área foi de 0,74%, o que, se levarmos em conta a variação do IPCA no período, significa uma retração real de 5,2%.
Em dois anos, a indústria do livro acumula um encolhimento superior a 17% e no ano passado quem mais sentiu a crise econômica pela qual o país passa foi o subsetor de livros científicos, técnicos e profissionais, que teve uma diminuição real de 15,8%, resultado de uma queda nas vendas de 4,5 milhões de exemplares.
O subsetor das editoras religiosas também teve uma retração. No entanto, olhando para a religião como área temática, que leva em conta títulos do tipo editados por qualquer editora, não apenas aquelas casas que se definem como religiosas, a situação muda.
Se milhões de livros científicos, técnicos e profissionais deixaram de ser vendidos em 2016, os que de alguma forma tratam de religião se mostraram ainda mais presentes no mercado: em 2015 foram produzidos 87.672.975 livros do tipo, já em 2016 esse número saltou para 88.810.635.
Os livros de religião estão em segundo lugar na relação de obras por área temática, representando 20,79% da produção – esse número em 2015 era de 19,62%. Quem permanece na liderança são os didáticos que, entretanto, viram seus dados diminuir: representavam 49,10% do setor em 2015, agora estão com 48,48%, o que, na prática significa quase 20 milhões de livros dedicados ao ensino a menos.
Algumas outras áreas temáticas importantes apresentaram crescimento, como literatura adulta e infantil, enquanto a juvenil encolheu.