São as águas [?] de março …

Por João Carlos Marins

Quando Tom Jobim escreveu a canção na qual dizia ‘são as águas de março fechando o verão’, ninguém, ao menos no Brasil, imaginava que um dia a palavra racionamento pudesse ser aplicada ao uso da água. Afinal de contas tínhamos um magnifico e, aparentemente, inesgotável manancial de águas doces.

Agora, convivemos com a questão da queda drástica dos níveis de água dos reservatórios da maior cidade brasileira, a cidade de São Paulo. O Sistema Cantareira, importante provedor para a região metropolitana, tem apresentado nível de 13% de água em relação a sua capacidade total.

Com isso, vemos aberta uma discussão entre aquele Estado e o Estado do Rio de Janeiro com relação ao aproveitomento das águas da Bacia do Rio Paraíba como solução para São Paulo.

Enquanto isso, no capítulo 2 de Gênesis encontramos na descrição da formação do Jardim do Éden, citação da nascente dos quatro mais importantes rios de então, o Pisom, o Giom, o Tigre e o Eufrates. Deus, então, dá ao homem, a responsabilidade sobre aquele ecossistema. E, os verbos eram cultivar e guardar. Não fomos, ao longo dos tempos, capazes nem de cultivar e nem de guardar nada daquilo que havia sido colocado em nossas mãos.

Tomando emprestadas algumas das palavras utilizadas por Jobim em sua música, ‘é pau, é pedra’ podem representar o tanto de entulho que temos lançado em nossos rios, além de outros materiais que têm sido responsáveis para que sejam reconhecidos muito mais como valões de esgoto. Afora os descuidos relativos à água que chega até as torneiras dos nossos domicílios.

Muitos vemos o governo como o único e principal responsável, mas, o que cada um de nós pode fazer para guardar este tão importante legado que Deus deixou sob a nossa gestão pessoal: a água?

Encontramos algumas versões do que podemos chamar de ‘Os Dez Mandamentos do Uso da Água’, ações pequenas que podem ser executadas por todos os cidadãos em direção à preservação. Uma destas versões pode ser vista em www.rededasaguas.org.br. Então, vejamos:

1 – Feche o registro de água sempre que for escovar os dentes ou fazer a barba, e economize até 1.000 litros de água no mês
2 – Reduza tempo de seu banho em 1 ou 2 minutos, feche a torneira enquanto se ensaboa e ou lava os cabelos, e economize até 540 litros de água no mês
3 – Deixe os talheres e pratos de molho dentro da pia antes de lavar. E, não deixe a torneira aberta enquanto ensaboa. Você estará economizando 100 litros de água no mês
4 – Só coloque as máquinas de lavar louças ou roupas para operarem quando as mesmas estiverem cheias. Você pode economizar até 3.600 litros de água no mês
5 – Use balde ao invés de mangueira para lavar o carro
6 – Use vassoura ao invés de mangueira para limpar a calçada. Você economizará água, tempo e dinheiro
7 – Não regue as plantas nas horas quentes do dia. A água evapora antes mesmo de atingir as raízes
8 – Esteja atento a vazamentos. Uma torneira pingando consome 46 litros de água por dia e 1.380 litros por mês. Canos furados e vazamentos em vasos sanitários também são grandes prejuízos
9 – Se o seu vaso sanitário foi instalado antes de 2003, troque-o por um modelo novo, que proporciona uma economia de mais de 50%
10 – Instale restritores de vazão no seu chuveiro. Além de barato e extremamente simples de instalar, proporciona uma redução de até 50% no consumo de água.

Olhar para o nosso Jardim do Éden e assumir um papel que nos tem sido dado desde sempre não é só um retorno ao passado, mas uma garantia de que podemos impactar efetiva e positivamente no futuro de todos nós.

Nisso pensai!