Uma forte campanha foi feita pela Angel Studios, produtora responsável pelo filme, que está viabilizando ingressos gratuitos para assistir ao filme
Por Carolina Leão
Som da Liberdade (Sound of Freedom) já foi visto por mais de 240 mil pessoas no Brasil, desde sua estreia no dia 21 de setembro. No último final final de semana, o longa atingiu o primeiro lugar em bilheteria nos cinemas do país, de acordo com os dados divulgados pela Comscore, à frente de outras produções como “A Freira 2” e “Os Mercenários 4”, que ocuparam, respectivamente, o segundo e terceiro lugar no ranking.
Fato é que Sound Of Freedom se tornou uma das maiores surpresas audiovisuais do ano. Isso porque a produção, que custou cerca de US$ 14 milhões, já acumula US$ 212 milhões.
Uma forte campanha foi feita pela Angel Studios, produtora responsável pelo filme, que está viabilizando ingressos gratuitos para assistir “Som da Liberdade”, inclusive no Brasil. O que tem tornado isso possível é o financiamento dos apoiadores. O filme convida o público para doar um ingresso com o objetivo de fazer a mensagem chegar a um número maior de pessoas. Os valores variam entre R$ 22,00 e R$770,00, que possibilita a doação de 35 ingressos.
Nas repercussões sobre o longa, muitos têm associado essa campanha com o sucesso das bilheterias, o que não se pode ignorar. Por outro lado, além disso, também é válido considerar que as polêmicas que surgiram têm atraído a atenção das pessoas para o filme. Tais polêmicas tomaram proporção política, principalmente nos Estados Unidos, entre conservadores e progressistas.
A produtora já esclareceu em entrevistas que o objetivo do filme não está relacionado à política partidária, e sim de denunciar um crime que acontece no mundo que é o tráfico sexual infantil. O longa reproduz a mensagem: “Os filhos de Deus não estão à venda”. Na trama, baseada em acontecimentos reais, Jim Caviezel interpreta Tim Ballard, um agente federal que deixa o emprego e embarca em uma perigosa missão para resgatar uma jovem da escravidão sexual na América do Sul.
Em entrevista à Comunhão realizada em julho de 2023, Richarde Guerra, autor do livro Manual Cristão da Cultura Pop, que discute a relação do crente com a cultura, registrou uma avaliação enquanto a pauta repercutia no exterior. “No caso do Sound of Freedom, a partidarização surgiu depois do fenômeno do filme. O filme, em si, trata de um tema que é importante independentemente do espectro político que a pessoa esteja. Seja de direita ou esquerda, nós abominamos o tráfico infantil, a pedofilia e todo tipo de ação que gira dentro desse escupo. O problema não é o tema, o problema é que as pessoas envolvidas foram associadas a um espectro político e começou uma narrativa artificial, fantasiosa nas redes sociais, que gerou um efeito manada…” [Fala extraída da matéria publicada no dia 25 de julho de 2023 na Comunhão].
Para Richarde Guerra, o que fez o filme crescer foi a forma estratégica e inteligente que a Angel Studios fez para levantar os custos de distribuição e estimular as bilheterias através de um sistema que a pessoa compra ingressos para outras pessoas verem, e que, na opinião do escritor, que vai servir de modelo no futuro para outros tipos de filme.
A produção tem roteiro assinado por Rod Barr e Alejandro Monteverde, com distribuição internacional da Angel Studios e nacional da Paris Filmes em parceria com a produtora 360 Way Up.
