Um casal pode ser o agente de mudança na vida de uma criança. São Paulo tem o maior número de crianças disponíveis para adoção.
Por Lilia Barros
No Brasil, maior parte das crianças disponíveis para adoção tem mais de 8 anos de idade, o que dificulta a adoção em virtude da preferência dos casais por crianças mais novas. Por outro lado, muitos casais desejam ser pais e não conseguem.
O pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro, incentiva casais cristãos a pensarem na possibilidade de adotarem.
“Muitos casais cristãos que gostariam de ter filhos, mas por razões de saúde não podem tê-los deveriam pensar na possibilidade de adotar uma criança. Na verdade, penso que muitos poderiam fazê-lo suprindo assim o desejo da paternidade; além, é claro, de contribuir para o bem-estar dos pequeninos”, afirma
O pastor pontua à luz das Escrituras quatro razões pelas quais um casal cristão deveria pensar na possibilidade de adoção:
1. Pelo exemplo do próprio Deus, que mediante Jesus Cristo nos adotou como filhos (Efésios 1:5);
2. Pelo fato de que da mesma forma que Deus nos amou de forma incondicional (João 3:16; 1 João 4:19), um casal pode amar uma criança de maneira incondicional adotando-a;
3. Pelo fato de Deus ter mudado a nossa história, resgatando-nos de um mundo mal transportando-nos mediante Cristo para o Reino do seu amor (Colossenses 1:13). Assim, da mesma maneira, um casal pode ser o agente de mudança na vida de uma criança;
4. Pelo fato de que adotar uma criança é eleger um filho. Assim como fomos eleitos pelo Pai sem merecimento (Efésios 1:4), um casal pode eleger uma criança para amar e cuidar.
“Que bom seria se casais cristãos, e que atendem os requisitos para adoção se dispusessem a adotar crianças, não é mesmo?”, finaliza o pastor.
Quase 70% das crianças aptas para adoção no Brasil têm mais de oito anos
De um lado, 3.751 crianças e adolescentes disponíveis para adoção no Brasil. Do outro, 33.046 pretendentes, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. E por que a fila de quem espera por uma família não acaba? Para o juiz da 4ª Vara da Infância e Juventude da cidade do Rio de Janeiro, Sérgio Ribeiro de Souza, a resposta é o perfil.
“Os pretendentes trazem aquela criança idealizada, é normal, natural. Mas cada vez mais o movimento é mostrar a criança real. A partir de oito anos de idade, já começa a ficar mais difícil da criança ser adotada. Quanto mais a idade avança, mais fica difícil. Também grupos de irmãos, crianças com problemas de saúde. São o que a gente chama de adoções necessárias”, disse à CNN.
Idade e etnia
Em relação à idade, os dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que 279 crianças disponíveis para adoção têm até dois anos. Mais de 2,6 mil têm oito anos ou mais, sendo que a principal faixa é dos adolescentes com mais de 16 anos – 742.
No caso da etnia, 54,1% dos que aguardam por uma família são pardos, 27,3% são brancos, 16,8% são pretos e 0,8% não tiveram a etnia informada.
Os números do CNJ ainda apontam que 17,6% do total enfrentam problemas de saúde e 17,4% possuem algum tipo de deficiência. Além disso, mais da metade das crianças e adolescentes tem irmãos.
Em relação aos estados, em números absolutos, São Paulo lidera (768 crianças disponíveis), seguido por Minas Gerais (525), Rio Grande do Sul (470), Paraná (389) e Rio de Janeiro (222).
Quem quiser adotar uma criança, o primeiro passo é procurar a Vara da Infância e Juventude da cidade em que vive. O processo inclui uma análise para habilitação, avaliação social e psicológica, além de palestras. Quanto mais ampliado o perfil da criança pretendida, maior é a chance de adoção.
Com informações de Pleno News e CNN Brasil