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sábado, 27 abril 2024

Racismo não é coisa de crente

O jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid, foi vítima de injúria racial pelos torcedores do Valência, em partida pelo campeonato espanhol. Foto: Reprodução Facebook / Real Madrid C.F Parachinar
O jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid, foi vítima de injúria racial pelos torcedores do Valência, em partida pelo campeonato espanhol. Foto: Reprodução Facebook / Real Madrid C.F Parachinar

O caso Vini Jr. reascende o debate sobre o preconceito racial e alerta os cristãos sobre a importância do tema

Por Cristiano Stefenoni

O último domingo (21) foi marcado pelo lamentável ataque de racismo ao jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid, pelos torcedores do Valência, em partida pelo campeonato espanhol. Para os cristãos, o combate à discriminação racial deve ser tratado ainda com mais importância, visto as orientações do apóstolo Paulo, “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl. 3:28).

Assim que a notícia sobre Vini Jr. explodiu em todo o mundo, várias foram as manifestações de apoio ao atleta pelas redes sociais, inclusive, pela comunidade evangélica. O cantor e compositor Eli Soares divulgou em seu Twitter:

“Ninguém nasce odiando outra pessoa por sua cor da pele, sua origem ou sua religião. As pessoas podem aprender a odiar e, se podem aprender a odiar, pode-se ensiná-las a aprender a amar. O amor chega mais naturalmente ao coração humano que o contrário”, destacou o cantor.

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As ações de combate ao racismo pelos evangélicos já foi tema de um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), entre os anos de 2019 e 2020, onde foram analisadas as ações de entidades como o Movimento Negro Evangélico (MNE), a Rede de Mulheres Negras Evangélicas, o Discipulado Justiça e Reconciliação (DJR), Pastoral Metodista de Combate ao Racismo, Pastoral Rosa Parks, entre outros.

“Pude observar em alguns momentos relatos de racismo, orações em prol da juventude negra, alvo prioritário de violência, e observei que alguns pastores faziam orações de gratidão à ancestralidade negra”, ressalta o cientista social, Vítor Gonçalves Queiroz de Medeiros, doutorando da USP e autor da pesquisa.

Intitulada “Ativismo negro evangélico no Brasil contemporâneo”, o estudo mostrou não apenas o esforço das igrejas em combater o racismo, mas também a resistência por parte de alguns cristãos em aceitar essa pauta.

“Em algumas igrejas evangélicas é possível identificar um ativismo negro que combate o racismo e, ao mesmo tempo, busca legitimidade e reconhecimento. Mas muitos dos ativistas do Movimento Negro Evangélico são, por vezes, atacados por outros evangélicos refratários à problematização do racismo e por se identificarem como progressistas ou de esquerda, assim como por defenderem os cultos afros. Mesmo assim, continuam solidários à causa”, explica.

Como se posicionar em relação ao racismo? O Instituto Identidades do Brasil, uma organização sem fins lucrativos, dá dicas importantes sobre como lidar com o tema:

Letramento racial

A primeira coisa que você precisa saber para não continuar reproduzindo o racismo estrutural, é entender onde está o erro. Buscar conhecer quais os termos corretos relacionados à pauta racial e adquirir consciência das desigualdades e estrutura racista latente que vigora no Brasil é o primeiro passo para se posicionar contra esse sistema. Afinal, é preciso reconhecer o erro para eliminá-lo.

Aprofundar o conhecimento

Inclua nas suas leituras, livros de autores negros e indígenas que falem sobre a temática racial e/ou de suas culturas de origem. Você também pode ler artigos, assistir vídeos e consumir diversos formatos de conteúdo nesse sentido.

Invista na causa

Para apoiar a promoção da igualdade racial, invista em ações afirmativas na sua empresa que vise promover mais pessoas negras e indígenas para cargos de lideranças, compre produtos e/ou contrate serviços de profissionais negros e indígenas e doe e apoie projetos que contribuam para combater o racismo no Brasil.

Diga Sim à Igualdade Racial

Faça deste passo a passo seu estilo de vida e compartilhe o conhecimento que você adquiriu com todos a sua volta. Dizer Sim à Igualdade Racial, significa entender que a pauta antirracista é uma causa de todos. Portanto, pratique no seu dia a dia todos os seus aprendizados nessa jornada antirracista e incentive seus amigos, familiares, conhecidos e outros, a praticarem também.

Racismo ainda é crítico no Brasil

– 75% das empresas brasileiras apontam o racismo como principal discriminação no ambiente de trabalho (pesquisa da empresa CEGOS);

– 86% das mulheres negras já sofreram casos de racismo nas empresas em que trabalham (pesquisa da consultoria Trilhas de Impacto);

– Em 2020, o número de casos de injúria racial registrado no Brasil foi de 10.291 (Anuário Brasileiro de Segurança Pública).

Comunhão indica alguns livros sobre o assunto:

O racismo, a cruz e o cristão, a nova linhagem em Cristo. John Piper. Ed. Vida Nova

O Pecado do Racismo, a luta contra a intolerância e o preconceito. Arival Dias Casimiro. Ed. Editora Heziom

Racismo e justiça à luz da Bíblia. Timothy Keller. Ed. Vida Nova

 

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