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quinta-feira, 2 maio 2024

PT fará estudo para se relacionar com religiosos

A Fundação Perseu Abramo é o principal centro de estudos ligado ao PT. Foto Sérgio Silve/Divulgação

A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar sugestões sobre como o partido pode se relacionar com o segmento, em especial, os evangélicos

Por Cristiano Stefenoni

A Fundação Perseu Abramo – principal centro de estudos ligado ao PT – pretende criar um Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) voltado a temas religiosos. A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar sugestões sobre como o partido pode se relacionar com o segmento, em especial, os evangélicos. A informação foi publicada nesta terça-feira (2), na coluna Painel, da Folha.

De acordo com o presidente da Fundação, Paulo Okamotto, há diversos pentecostais e neopentecostais que simpatizam com o PT e pertencem ao partido, mas que, mesmo assim, é preciso fazer uma atualização sobre a atual situação. “Precisamos dar uma atualizada no comportamento dos religiosos no Brasil, refletir sobre o que pensam e como podem se relacionar conosco”, justifica.

Os NAPPs se dedicam a temas como economia, segurança, agricultura, educação, saúde e outros e, dessa vez, focará as religiões. Essa informação aparece na mesma semana em que o Valor Econômico afirmou que ouviu fontes ligadas ao primeiro escalão do Governo, onde afirmaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a se aproximar do público evangélico, enquanto lideranças do segmento religioso querem uma atenção maior do presidente.

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Governo traça estratégia para conquistar evangélicos

Não é de hoje que o governo Lula tem feito de tudo para tentar se aproximar dos evangélicos. Campanha publicitária com participação de pastor-cantor, corpo a corpo para aprovar o PL das Fake News, isenção de impostos para as igrejas, treinamento de fiéis para atuarem em programas sociais bancados por projetos federais são algumas dessas ações. 

O próprio presidente tem tecido elogios aos crentes em seus discursos e convidado pastores para seus palanques. Ciente do poder eleitoral da classe evangélica, a ideia do governo é tentar reverter um número difícil de cair, que é o da rejeição dos evangélicos em relação ao presidente.

Rejeição e investimento em mídia

Na última pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), antigo Ibope, 35% dos evangélicos consideram Lula ruim ou péssimo, ou seja, um dos maiores índices de rejeição para um chefe de estado brasileiro até hoje. Pelo DataFolha, esse percentual chegou a 38% em dezembro e, pelo PoderData, passou de 60%.

A mais recente ação para tentar reverter esses números, foi a campanha midiática do governo, divulgada na semana passada na televisão. Com o tema “Um só povo”, uma peça publicitária sobre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) possui expressões típicas do linguajar evangélico, como “Graça alcançada, Senhor!” e “Glória a Deus”, além da participação do cantor gospel, o pastor Kleber Lucas.

Para impulsionar essa e outras campanhas no Instagram e no Facebook, o Governo Federal desembolsou mais de R$ 473 mil, apenas entre os dias 11 e 17 de dezembro, segundo relatório da Biblioteca de Anúncios da Meta. Paralelo a isso, o governo Lula tem mexido as peças no tabuleiro político para conquistar ainda mais apoio da bancada evangélica em Brasília.

No dia 27 de novembro do ano passado, por exemplo, foi assinado um protocolo de intensões pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, para que as igrejas sejam uma porta de encaminhamento de pessoas em situação de fome, pobreza e desemprego para programas sociais, como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e Minha Casa, Minha Vida.

Também está para ser votada a PEC 05/23, que amplia as isenções tributárias de igrejas e veda quaisquer impostos sobre a aquisição de bens e serviços para formação do patrimônio, geração de renda e prestação de serviços pelas organizações religiosas de qualquer culto.

O governo também planeja fazer um corpo a corpo com evangélicos no início do ano que vem para tentar conquistar votos para aprovar o projeto de lei (PL) das Fake News, uma prioridade em 2024. Para essa missão, foi escalado o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, que é evangélico.

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