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sexta-feira, 26 abril 2024

Presença afetiva, mais do que a física, é vital para a formação dos filhos

Presença afetiva significa ser parte da vida dos seus filhos, o que se realiza através das ações no cotidiano, e nada é capaz de substituir isso

Por Marisa Lobo

A educação de filhos é uma das maiores preocupações na atualidade, especialmente para nós, cristãos, que temos a responsabilidade bíblica de conduzir nossas crianças de acordo com os ensinamentos da Palavra de Deus, como ensina Provérbios 22:6.

Essa realidade é ainda mais difícil por vivermos numa geração que quase tudo, praticamente, concorre com a autoridade dos pais. Internet pelo celular ou computador, a TV, influência das amizades e até os professores, nas escolas, se tornaram ameaças em potencial que exigem ainda mais vigilância da nossa parte.

Diante disso, a sensação de muitos é o cansaço. Tenho lidado com pais e mães que se sentem literalmente esgotados devido aos desafios que enfrentam diariamente na lida com os filhos. Foi pensado nisso que resolvi trazer algumas dicas no texto de hoje. Vamos lá?

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Menos tensão

Precisamos entender que cada família é uma realidade distinta das outras, mas que todos nós, seres humanos, temos necessidades semelhantes de ordem emocional e espiritual.

Muitos pais, preocupados em dar uma boa formação aos filhos, focam muito em estabelecer e cobrar regras, mas se esquecem de celebrar com as crianças os momentos bons do cotidiano. Como resultado, acabam assumindo a pecha de “carrancudos” e criando um clima de tensão dentro de casa, o que é ruim.

Quando os pais são constantemente assim, os filhos criam memórias negativas em relação a eles, algo que se reflete no futuro, quando apresentam resistência para sentar e conversar abertamente, por exemplo, sobre os mais diversos problemas, já que tudo o que lembram é da imagem dos pais associada ao clima de tensão.

Evite isso criando memórias positivas na mente dos seus filhos. Regras são importantes, tanto que escrevi um livro inteiro sobre isso, chamado “Limites”, mas até os pais precisam se policiar nesse quesito, pois tudo em excesso é prejudicial. Isso nos leva ao próximo item.

Presença afetiva

Outro ponto que gosto muito de abordar ao lidar com o tema de desenvolvimento familiar, diz respeito às diferenças entre presença física e afetiva. Isso porque, infelizmente, alguns pais negligenciam o lado emocional dos filhos.

Essa negligência parte da ausência afetiva na vida das crianças. Entenda: estar em casa não é a mesma coisa de estar junto! Presença afetiva significa ser parte da vida dos seus filhos, o que se realiza através das ações no cotidiano, e nada é capaz de substituir isso.

A passagem de Deuteronômio 6, dos versos 6 ao 7, representa muito bem essa lição. “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”, diz o texto, com destaque meu.

Observe que ao ensinar sobre a importância do ensinamento constante, o texto também sugere que isso deve ser feito de forma participativa, junto e através do exemplo, pois é “assentado” em casa e “andando pelo caminho” que isso acontece.

Em outras palavras, é na demonstração de atenção durante uma refeição, sentando junto, em casa, na hora de contar histórias ao dormir ou no passeio em uma praça qualquer, realização de atividades conjuntas e etc. Isto é presença afetiva.

Finalmente, espero que você entenda o valor da presença afetiva como algo crucial para a vida dos seus filhos. Mais do que nunca, nossas crianças precisam de pais engajados emocional e espiritualmente com elas, e não apenas de mantenedores e cobradores de regras.

Colocando os pontos acima em prática, o dia a dia na convivência com seus filhos será mais prazeroso, eles, por outro lado, estarão mais abertos à sua presença e a concorrência vinda do mundo perderá força.

Marisa Lobo é escritora, psicóloga, teóloga, especialista em direitos humanos, pós-graduada em saúde mental. Com 12 livros publicados, sobre família, infância, sexualidade e saúde mental.

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