“É verdade que estamos aflitos, mas não esmagados. Isso significa que, embora soframos tremendas aflições, rejeição e abandono, não seremos vencidos”, diz o reverendo Ephraim Kafang
Por Patricia Scott
Na faixa média da Nigéria, 38 cristãos foram assassinados por militantes Fulani. As vítimas foram enterradas, na última sexta-feira (08), em uma mesma vala que media 15 pés de largura, 30 pés de comprimento e 5 pés de profundidade. Os terroristas deixaram nove pessoas gravemente feridas, e 46 casas destruídas, em Madamai.
O reverendo Michael Cosmas Magaji, que realizou o funeral, encorajou a multidão em luto. “É verdade que estamos aflitos, mas não esmagados. Isso significa que, embora soframos tremendas aflições, rejeição e abandono, não seremos vencidos por isso por causa do poder de sustentação de Deus”, ressaltou.
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Após ler o texto de 2 Coríntios 5.1 no velório, o Magaji destacou aos amigos e familiares: “Nossos 43 irmãos e irmãs, os cinco que foram atacados e mortos por terroristas muçulmanos Fulani em 15 de agosto de 2021, e esses 38 que também foram mortos pelos mesmos Fulani Terroristas em 26 de setembro partiram para tomar posse de suas casas ”.
Na Lista Mundial da Perseguição 2021, divulgada por Portas Aberta, a Nigéria aparece na nona posição. Os cristãos nigerianos têm sofrido com a intensa perseguição de grupos radicais.
O secretário em exercício da Associação Cristã da Nigéria (CAN), reverendo Ephraim Kafang, desabafou ao International Christian Concern (ICC), os ataques em série que os cristãos têm enfrentado. “A situação dos cristãos na Nigéria é, sem dúvida, extremamente patética. Esses assassinatos acontecem há pelo menos duas décadas. O governo do estado não se preocupou em acabar com isso”, ressaltou e continuou: “Obviamente, não há vontade política para resgatar os cristãos. Acredito que o que está acontecendo conosco na Nigéria é uma agenda islâmica, um esforço para islamizar o país”.
A região de Madamai, de acordo com a ICC, tem uma população estimada em três mil pessoas. Em pouco mais de um mês, a comunidade cristã foi atacada duas vezes pelos militantes Fulani. Em agosto, cinco cristãos foram mortos, e outros ficaram gravemente feridos. Além disso, 20 casas e oito veículos foram incendiados.
“Mais de duzentas pessoas estão deslocadas sem esperança de reassentarem-se em suas aldeias em breve”, afirmou Anthony Timothy, do Ministério da Saúde de Kaura e Secretário Nacional de Publicidade da Associação Juvenil de Kaura.