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quarta-feira, 1 maio 2024

Não era um capricho da Lei!

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Clovis Rosa Nery é Psicólogo, pesquisador e escritor - Foto: Divulgação

A Lei do Senhor compila os termos da aliança com um cunho pedagógico apodítico

Por Clovis Rosa Nery

Neste artigo tratarei, em parte, de alguns pontos pouco discutidos da lei do povo hebreu, especificamente quanto à alimentação, cruzamento de animais, mistura de sementes e uso de roupas de tecidos diferentes.

Em Levítico 11: 7 e 8, a restrição é relacionada à carne de porco. Em Levítico 19: 19 e Deuteronômio 14: 21 há coibições aparentemente “estranhas” quanto a cruzar o gado, misturar sementes, usar roupas com tecidos distintos e à forma de cozinhar cabrito.

A leitura dos textos sem levar em conta os aspectos críticos, induz-nos a pensar que se trata de um mero capricho legal, mormente quanto à culinária e moda e, portanto, sem maiores consequências. Contudo, o aprofundamento das averiguações indica-nos que o caso é muito mais profundo e complexo.

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Hoje em dia sabemos que a restrição quanto à carne de porco na Lei Mosaica têm aspectos preventivos de ordem profilática e econômica. Estive no deserto do Saara e, posteriormente na cidade de Alexandria, quando constatei que o consumo de suínos ainda enfrenta restrições por lá, porque há fatores epidemiológicos que suscitam na população receios de rinites e outras patologias respiratórias.

Além disso, em vista das altas temperaturas, atreladas à carência de água, a suinocultura não é recomendável naqueles rincões, pois os animais não se desenvolvem satisfatoriamente num ambiente seco.

Em sendo assim, a prática da caprinocultura e ovinocultura proporciona benefícios de ordem nutricional e econômica, pois além da resistência natural ao clima, o seu consumo não oferece efeitos colaterais nocivos à saúde humana.

Em Levítico 19: 19, nós lemos: “Guardareis os meus estatutos. Não permitirás que se cruze o teu gado com o de espécie diversa; não semearás o teu campo com semente diversa; nem vestirás roupa tecida de materiais diversos”. Em Deuteronômio 14: 21, a orientação é: “[…] Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe”.

O problema aqui é mais sério do que se pensa. Basta-nos um pequeno passeio literário pela história dos povos antigos para entendermos que essas restrições são alusivas ao ritual de adoração cananéia, tributado, principalmente a Baal. Incluindo crendices, ritos sexuais e sacrifícios infantis, aqueles pagãos esperavam agradar a seus deuses que, em contrapartida, lhes outorgariam benefícios.

É fato que, contendo mandamentos, estatutos e preceitos de elevado padrão moral, ético e de santidade, por meio da lei, Deus criou mecanismos que visava a restringir a influência de outros povos sobre o seu povo escolhido, com concessão de uma Graça especial decorrente da obediência (Deuteronômio 7). Eis o propósito básico da lei.

Assertivamente e com muita sabedoria, assim se expressou Davi:

A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos” (Salmos 19: 7 e 8).

A lei do Senhor compila os termos da aliança com um cunho pedagógico apodítico, objetivando manter o povo saudável e isento de influências pagãs. Expressando os padrões Celestiais do pacto, ela revela o cuidado especial de Deus, tal qual um pai amoroso que orienta os filhos pequeninos em tudo para que sejam bem-sucedidos e obtenham êxito na vida. Ela é uma bênção, inclusive para nós.

 Clovis Rosa Nery é Psicólogo, pesquisador e escritor.

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