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sábado, 27 abril 2024

MP pede investigação de Nikolas Ferreira por transfobia

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O órgão quer a suspensão dos direitos políticos, a perda do mandato e que o congressista seja condenado à indenização civil da sociedade por dano moral coletivo

Por Patricia Scott 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) por transfobia, na última semana. A ação ocorreu a partir de um vídeo de uma jovem trans que usou o banheiro feminino de um colégio particular de Belo Horizonte, capital mineira. A imagem foi postada em rede social pelo parlamentar. O órgão pede a suspensão dos direitos políticos, a perda do mandato e que o congressista seja condenado à indenização civil da sociedade por dano moral coletivo. Leia a íntegra (5 MB).

Em 30 de junho de 2022, o vídeo foi publicado no canal do YouTube do deputado. O conteúdo já teve mais de 230 mil visualizações e cinco mil comentários. Na denúncia, que ocorreu em 3 de abril, o MP mineiro afirma que Nikolas se referiu à adolescente como “estuprador em potencial” e classificou como “ousadia” o uso do banheiro para mulheres. O pedido de investigação foi aberto depois de a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol-MG) e a vereadora de Belo Horizonte (MG) Iza Lourença (Psol) protocolarem uma representação no Ministério Público.

“Como asseverado, a liberdade de expressão não tem caráter absoluto, podendo ser limitada na medida em que dissemina discriminações que possam ser atentatórias a direitos e liberdades fundamentais. Desse modo, não há dúvida de que o discurso transfóbico se aproxima mais de um ataque do que de uma participação num debate de opiniões“, expõe trecho da decisão do órgão.

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No Twitter, Nikolas Pereira compartilhou que denunciado por protestar contra um homem que usou o banheiro feminino onde sua irmã de 15 anos estava. “Basicamente, estou sendo denunciado pelo MP-MG por ter protestado contra um homem que entrou em um banheiro feminino onde minha irmã, de 15 anos, estava. Nada mais. Estou aguardando minha citação pessoal para me defender. Sigamos”.

O Ministério Público afirma ainda, no documento, que, depois da divulgação do vídeo, a jovem recebeu ameaças de agressão por outros alunos da escola caso voltasse a usar o banheiro feminino. Os promotores que pediram a investigação concluíram que o deputado agiu de forma discriminatória para desqualificar a vítima. Diante desse cenário, eles pediram que a Justiça condene o parlamentar por crime de transfobia.

Nikolas tem 10 dias para apresentar sua defesa ao TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia e a transfobia. Os ministros enquadraram ofensas e declarações preconceituosas no crime de racismo.

Com informações Metrópoles e Poder 360

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