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sábado, 27 abril 2024

Lula diz que religião está sendo manipulada de forma “vil e baixa”

Lula disse em seu discurso de abertura que a religião não pode ser "instrumentalizada por um partido político ou um governo". Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Declaração foi durante a primeira reunião ministerial do ano, nesta segunda-feira (18), em Brasília. O presidente se mostrou incomodado com distanciamento entre governo e evangélicos 

Por Cristiano Stefenoni

“A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo nesse país”. A fala, em tom de desabafo, foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta segunda-feira (18), durante a primeira reunião ministerial do ano. Em discurso na abertura do encontro, o chefe do Executivo se mostrou incomodado com a forma como política e igreja têm se misturado.

“Um país em que a religião não seja instrumentalizada por um partido político ou um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo nesse país”, criticou Lula.

A fala vem exatamente em um momento conturbado da relação entre o Governo Federal e os evangélicos. Algumas medidas, como a retirada da isenção de impostos sobre os salários dos pastores por meio de uma decisão da Receita Federal, a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), e a fala de Lula comparando as ações de Israel contra o grupo terrorista Hamas ao Holocausto, aumentaram ainda mais o muro que separa os dois lados.

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Isso tem impactado diretamente na imagem do presidente. Tanto que os últimos dados da Pesquisa Quaest, divulgados no início deste mês, mostraram que o índice de rejeição ao presidente entre os evangélicos chegou a 62%, maior percentual desde que a pesquisa começou a ser feita para a atual gestão, em 2023. Em dezembro do ano passado, era de 56%. O índice de aprovação caiu, nesse mesmo período, de 41% para 35%.

Para tentar reverter esse quadro, o governo tem procurado agir em várias frentes. Escalou o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico da Igreja Batista, para ser o interlocutor com a bancada evangélica em Brasília. Já existe, inclusive, um movimento para promover um encontro entre Lula e várias lideranças evangélicas depois da Páscoa. Paralelo a isso, na última terça-feira (12), houve uma reunião na sede da Fazenda, em Brasília, para alinhar as demandas das lideranças cristãs com os pleitos da União.

Na última quinta-feira (14), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), reuniu-se com representantes de rádios evangélicas de São Paulo e fez questão de divulgar o encontro nas redes sociais. “Conversa inspiradora. As comunidades evangélicas confortam e informam sobre amor e acolhimento. Como nos ensina a Sagrada Escritura: ‘A verdade deve ser expressa em amor’ (Efésios 4:15)”, postou.

O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e o secretário especial de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Ceciliano, participaram, na sexta-feira passada (15), de um evento com pastores e mais de mil fiéis em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

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