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sexta-feira, 26 abril 2024

Hora de falar sobre a morte com as crianças

Caso haja a morte de um ente querido da família, é preciso conversar com a criança, explicar o que aconteceu, deixá-la se despedir e viver, junto com ela, esse momento do luto. Foto: Freepik

Inevitável no processo da vida, a morte é um tema delicado, mas necessário de explicar aos pequeninos. Porém há o momento e o jeito certos de fazê-los.

Por Cristiano Stefenoni

Ela é inevitável e, em períodos de guerras, catástrofes e pandemias, toma as manchetes dos jornais. A morte faz parte da rotina humana desde a entrada do pecado no mundo. Como nunca fez parte dos planos originais de Deus, o sentimento de inconformismo estará sempre presente no coração. Então, chega o momento de falar sobre esse assunto com as crianças. Mas existe a hora certa para isso? É preciso usar alguma técnica lúdica? A perda deve ser ensinada ou sentida?

O assunto, delicado, pode até ser adiado, mas nunca evitado. Mesmo porque, a morte é tema frequente na internet e quase 23 milhões de crianças e adolescentes fazem uso dela no país, sendo que 78% deles acessam as redes sociais, segundo dados da TIC Kids Online Brasil. Contudo, qual o momento ideal para conversar com os pequenos sobre isso?

De acordo com o pastor Édson de Oliveira Pinto, doutor em Psicologia e psicanalista especialista em Neurociência, a criança precisa aprender a lidar com a perda desde cedo e os fatos que acontecem em sua vida podem ajudar nesse processo.

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“Quando a criança perde uma bola, sua bicicleta é roubada ou seu bichinho de estimação morre, ela já está lidando com as perdas. É fundamental que os pais ajudem nesse processo e ensinem que perder faz parte da vida. Essas frustrações são muito importantes para criança poder vivenciá-las”, afirma.

O pastor explica que, se alguém da família morre, o ideal é que a criança seja levada ao velório, em um momento mais tranquilo, para que os pais possam ensiná-la sobre o assunto. “No decorrer da cerimônia fúnebre, é preciso levar a criança e perguntar se ela quer ver a pessoa no caixão. Deve ser em um momento mais reservado, fora da comoção dos adultos”, orienta Oliveira.

Já em relação ao tempo de luto, o pastor explica que isso variará conforme a idade. “A psiquiatria mundial convenciona o luto, em média, de um ano para o adulto e de seis meses para criança. Mas isso pode variar um pouco de acordo com a estrutura de cada pessoa”, ressalta.

Apesar de ponderar o uso de ferramentas lúdicas para ensinar uma criança sobre a morte, o pastor Édson vê em uma tradicional brincadeira infantil, a oportunidade para ajudar os pequenos a lidarem com a presença da morte.

“A compreensão de morte para uma criança é diferente da de um adulto, pois para ela tudo é muito conceitual. Então, a brincadeira do ‘esconde-esconde’ é boa porque nela você ‘aparece’ e ‘desaparece’, então a criança passa entender que a pessoa desaparece (seja pela morte ou por algum compromisso que resulte na ausência dos pais), mas que cedo ou tarde ela voltará, tanto para casa como para um futuro encontro quando Jesus voltar”, afirma.

É preciso falar sobre  salvação

Quando o assunto é o que vem após a morte e o contexto da salvação em Cristo, a pastora da Igreja Batista Atitude e líder no Atitude Kids, Aline Santos, explica que as ferramentas lúdicas podem ser muito úteis nessas horas.

“É difícil você falar de morte e salvação com crianças muito pequenas. Nesses casos é melhor usar figuras. A salvação, por exemplo, é algo muito abstrato para a criança. Então você mostrar a figura de um céu lindo e que um dia estaremos lá com Jesus, fica mais fácil dela compreender”, explica a pastora, que também atua com a inclusão na igreja de crianças com transtornos e deficiências.

A pastora ressalta ainda que, respeitar o tempo da criança, também é uma estratégia para lidar com o assunto. “É preciso esperar que o tema sobre a morte seja uma curiosidade da criança e ela venha a perguntar sobre o assunto. Mas caso haja a morte de um ente querido da família, é preciso conversar com ela, explicar o que aconteceu, deixá-la se despedir e viver, junto com ela, esse momento do luto”, finaliza.

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