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quinta-feira, 2 maio 2024

Governo persegue cristãos na Argélia

Soldados fecham igrejas na Argélia. Foto: Divulgação

Coalizão de cristãos Aliança Evangélica Mundial denunciou violações da liberdade religiosa

Por Lilia Barros

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sediou uma audiência para avaliar denúncias sobre a Argélia. Diversos alertas foram enviados sobre as violações que o país tem praticado. Uma coalizão formada pelas organizações Aliança Evangélica Mundial, The World Council of Churchs, Middle East Concern e igrejas locais na Argélia organizou a pesquisa e o relatório enviados.

No documento, a coalizão demonstrou como a liberdade religiosa está se deteriorando no país: “As autoridades fazem propaganda sistemática contra os cristãos e as igrejas locais”. A Argélia subiu duas posições na Lista Mundial da Perseguição 2022 por causa da crescente pressão à igreja, segundo pesquisadores da Portas Abertas. Hoje ela ocupa o 22º lugar no ranking que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.

Este ano, o governo processou um pastor e o pai dele e interditou uma igreja de 90 membros na vila de Ait Atteli. Em abril, a Igreja de Aouchiche, na cidade de Bejaia recebeu a ordem do governador para interromper as atividades eclesiásticas. Pouco depois, 11 cristãos argelinos receberam a sentença de prisão de seis meses ou pagamento de uma multa de aproximadamente 690 dólares por “adoração não muçulmana proibida” no Centro-Norte do país.

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Desde janeiro de 2018, ao menos 26 igrejas foram fechadas. Outras 16 estão na fila de espera para serem registradas oficialmente desde que a lei em 2006 passou a obrigar igrejas não muçulmanas a terem um registro oficial. Uma comissão nacional foi organizada para fazer os registros das igrejas, mas nunca funcionou de fato e até agora não emitiu a licença de igreja alguma.

Perseguição a cristãos no país

Como uma pequena porcentagem da população da Argélia, os cristãos enfrentam obstáculos quanto à liberdade religiosa. As leis que regulam a adoração não muçulmana proíbem qualquer ato que “abale a fé de um muçulmano”, ou seja, qualquer coisa usada como “meio de sedução com a intenção de converter um muçulmano a outra religião”. Uma lei de 2006 que reprime a adoração permanece em vigor, apesar de uma nova Constituição ter sido implementada em novembro de 2020.

Durante o último ano, diversos cristãos foram condenados e presos sob acusações de blasfêmia e proselitismo. Autoridades da Argélia se envolveram em uma campanha sistemática contra as igrejas da Igreja Protestante da Argélia (EPA). A associação de igrejas protestantes da Argélia viu 13 igrejas serem fechadas à força pelas autoridades, só em 2021. Outras receberam ordens para cessar todas as atividades.

A maioria dos cristãos na Argélia são ex-muçulmanos e, como na maioria dos países no Norte da África, eles enfrentam forte oposição de família e da comunidade. Isso pode envolver assédio, espancamentos, ameaças e prisão, bem como pressão para aderir aos costumes islâmicos. A pressão e o perigo enfrentados por cristãos é alta principalmente nas regiões mais conservadoras, rurais e árabes do país. Nos anos 1990, essas áreas atuaram como reduto para insurgentes islâmicos na luta contra o governo.

Mulheres

As mulheres cristãs na Argélia e no restante da região (Norte da África) são duplamente vulneráveis: por serem mulheres e por se tornarem cristãs. Quando uma mulher deixa o islã para seguir a Jesus nesta região, ela é retaliada de diversas formas pela família e pela comunidade. Para se manter firme no Senhor, ela precisa ter a vida restaurada de acordo com os padrões bíblicos e encontrar sua real identidade em Cristo.

A cultura e religião vigentes no país são regidas pelos os princípios e valores das famílias e comunidades são muçulmanos. Por isso, quando uma menina ou mulher decide seguir a Jesus, ela enfrenta agressões físicas e sexuais, prisão domiciliar, exclusão social, casamento forçado e até morte.

As irmãs na fé perdem o respeito e a honra de parentes, autoridades e vizinhos. Tudo isso para forçá-las a retornarem para o islã. Se elas não descobrirem a nova identidade que têm em Cristo, muitas cedem e voltam para a antiga fé. Como é o caso de Sarah. Ela é filha de um líder religioso muçulmano (imã) e enfrentou fortes consequências ao se converter. Conheça seu testemunho neste vídeo.

A Portas Abertas ajudou Sarah em seu momento mais difícil e vem apoiando outras cristãs do Norte da África em suas necessidades básicas, emocionais e espirituais. Para saber mais sobre este projeto, acesse o link para a campanha Restauração de Mulheres e saiba como você também pode apoiar mulheres como Sarah.

Com informações do Portas Abertas

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