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sexta-feira, 26 abril 2024

Famílias Millennium

As famílias millennium nem sempre entendem tudo que estão passando, mas ao mesmo tempo sabem que fazem parte de um novo capítulo da história.

Gerações X, Y e Z são expressões para distinguir grupos etários que trouxeram diferenças profundas para todos. A X nasceu entre 1964 e 1980 e iniciou rupturas. Já a Y (1980-2000) é multitarefa, concilia lazer e trabalho e se liga muito em tecnologia. E a Z, ou millennium (1990 -2010), é a nativa digital; não consegue entender o mundo sem celular e internet. Existe ainda a Alpha, com nascidos após 2010, que é 100% tecnológica desde o berço.

Apesar de esses grupos serem bem distintos, não dá para dizer que seus lares seguiram suas tendências e se tornaram famílias X, Y, Z ou Alpha. Na verdade, é aí que se se criou um conflito, pois essas gerações romperam barreiras, e as famílias não sabem até hoje como trabalhar isso.

Se de um lado temos grandes crises conjugais que se resolvem através do divórcio, de outro lado há grandes crises familiares que ninguém sabe como resolver. As respostas para as perguntas das famílias hoje não estão em nenhum manual.

Voltando no tempo

Se de um lado estamos numa crise sem uma luz no fim do túnel, de outro lado não dá para dizer que esta é sem precedentes. Precisamos buscar o que aconteceu nas viradas de milênio do passado para nos ajudar a entender este momento. A melhor delas, em termos de análise, foi quando Jesus veio ao mundo. Ele foi o personagem principal. Revolucionário, futurista, questionador da religião oficial e das tradições vazias, usava uma nova linguagem e uma forma diferente de se comunicar. Causou uma “boa confusão” na sua família.

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Aos 12 anos ficou alguns dias fora de casa para “discutir teologia” no templo. Na juventude, foi rejeitado pelos seus próprios irmãos. Sua família também não era a ideal. José e Maria foram escolhidos por Deus para receber o Príncipe da Paz. No entanto, como o Senhor trabalha através de vasos de barro, falhos, vemos um José medroso de início, que quis fugir diante da gravidez de Maria. Vemos também uma Maria temerosa e ansiosa. Segundo alguns historiadores, José seria bem mais velho que Maria, e talvez até viúvo. Já ela era uma adolescente. Humanamente falando, imagine começar uma família assim.

A história bíblica revela que José se transformou de inseguro em confiante, e Maria, de temerosa em agraciada. Os irmãos de Jesus mudaram de descrentes para convertidos depois da Sua morte, e alguns tiveram ministério de grande impacto.

Do ponto de vista humano, essa família tinha tudo para dar errado. Teve de enfrentar a virada do milênio, perseguição, fuga, rejeição, quebra de paradigmas com tudo que Cristo fazia e, ainda, sofrer com a morte na cruz de um dos seus membros. No entanto, através disso essa família se tornou conectora entre dois milênios. Foi uma “família millennium”.

As famílias millennium nem sempre entendem tudo que estão passando, mas ao mesmo tempo sabem que fazem parte de um novo capítulo da história. São conectoras de gerações. São o lugar onde estão sendo formados os filhos que revolucionarão o mundo, e isso não apenas no caso de Jesus, mas também dos seus irmãos.

Famílias millennium entendem que são privilegiadas. Só existem a cada mil anos. Vivem “crises constantes”, pois dificilmente entendem o que está acontecendo com seus filhos e por que tantas mudanças ocorrem tão rapidamente.

O papel desses lares é acompanhar, apoiar e incentivar a nova geração a fincar bases profundas daquilo que será vivido nos próximos anos e ao mesmo tempo mostrar fundamentos imutáveis. Jesus, por exemplo, foi trabalhar com José na carpintaria. Outro papel é lutar para que essa geração não se perca. O Messias questionou as tradições vazias, mas aprofundou o senso do que era o Reino de Deus para aquela geração.

Todos nós temos o privilégio de ser famílias millennium. Nosso grande desafio é conseguir cumprir o papel de influenciarmos nossos filhos, para que eles deixem marcas neste início de milênio que se repercutirão por muitos e muitos anos.


Josué Campanhã é diretor da Envisionar

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