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sábado, 27 abril 2024

Em meio ao caos, missionários no Haiti aguardam resgate

Jill Dollan com alguma crianças no Haiti - Foto: Reprodução/Dolan Out His Love

Eles relatam que tiros são ouvidos dia e noite em Porto Príncipe, capital do país, onde a maior parte da violência está concentrada 

Por Patricia Scott 

Em meio à escalada da violência de gangues e à desordem que assola o Haiti, missionários dos EUA presos no país temem que o resgate não aconteça. A nação mais pobre das Américas está mergulhada no caos, sob o domínio de gangues e em uma enorme crise de segurança. Corpos amontoados nas ruas são uma triste realidade.

Em meio aos confrontos entre gangues, dezenas de missionários estão retidos no país. Jill Dolan, que está com a família abrigada em um hotel improvisado na capital, Porto Príncipe, local onde a maior parte da violência está concentrada. Enquanto esperam pelo resgate, ouvem tiros dia e noite. Por isso, pedem oração. 

No Haiti, Dolan participa da gestão de um orfanato, por meio da organização Love A Neighbour. Ela disse que está em contato com a Embaixada dos EUA, mas pouca assistência foi disponibilizada.

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“Na verdade, o que eles falam é algo como, ‘Cuidado’. Eu apenas penso, ‘Ok, bem, isso não é realmente útil’”, afirmou Dolan, completando: “Meu medo é que acabemos no meio de algo realmente perigoso. Já estamos na linha de frente disso, estamos em uma área ruim. É meio deprimente. Os tiros nunca param”.

Envolvidas em trabalho missionário com Dolan, Lynn, que solicitou ao NY Post que a identificasse apenas pelo primeiro nome, e Miriam Cinotti, estão retidas em uma área do Haiti declarada em estado de emergência. A localidade ainda não foi invadida, porém elas estão preocupadas e tentam deixar o local. Os aeroportos internacionais do país estão fechados devido à violência e aos ataques.

“Ninguém entrou em contato conosco ou algo do tipo. E é claro que, quando vimos os trabalhadores não essenciais sendo resgatados, pensamos: bem, talvez eles voltem e comecem a evacuar Porto Príncipe e depois tenham um avião para todos os outros,” detalhou Cinotti, revelando que foi ao Haiti para ajudar a resgatar 80 meninas da violência das gangues.

Já Lynn demonstrou preocupação por estar em um país onde ninguém sabe o que pode acontecer. “É imprevisível o que está acontecendo, não sabemos”, disse, expressando aflição com a condição do marido dela, que é diabético, e a capacidade de obter medicamentos.

Onda de violência

Sem capacidade de organizar o país, o primeiro-ministro, Ariel Henry, renunciou ao cargo na última terça-feira (12). Ele estava na África, negociando o envio de uma missão da ONU, liderada pelo Quênia, para combater a violência no Haiti.

A renúncia foi reconhecida pela Comunidade do Caribe (Caricom). “Tomamos nota da renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry”, declarou Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana e da Caricom. Ele anunciou “um acordo de governança de transição que abre caminho para uma transição pacífica de poder”.

Na capital, a ordem civil desmoronou, com membros armados de gangues e saqueadores percorrendo as ruas em busca de sangue. O líder da gangue Jimmy Chérizier, também conhecido como “Barbecue”, assumiu a responsabilidade pelos ataques. Ele prometeu capturar funcionários do governo haitiano.

Em meio ao caos, milhares de pessoas já fugiram. Há relatos de que corpos estão se acumulando nas ruas. Isso porque não há ninguém para removê-los. O resultado é um cheiro intenso de morte pela cidade.

No Haiti, a violência eclodiu em 29 de fevereiro, dia em que gangues iniciaram ataques e incêndios em delegacias de polícia e edifícios governamentais, o que impulsionou o país para a total instabilidade.

As prisões foram invadidas. Foram libertados cerca de 4.000 detentos, e as estradas principais foram fechadas com bloqueios impostos.

O principal porto da capital foi fechado, o que gera escassez de alimentos e água. Escolas, bancos, órgãos governamentais, postos de gasolina e muitos hospitais também estão sem funcionar. Os poucos hospitais que ainda estão operando enfrentam falta de medicamentos. E gangues tentaram assumir o controle do Aeroporto Internacional Toussaint Louverture, que está fechado desde a semana passada. Com informações The Christian Post e NY Post

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