“Os pais têm o dever de focar e investir no desenvolvimento da visão de mundo dos filhos” a partir dos ensinamentos bíblicos 

Por Patricia Scott

“Estamos à beira da invisibilidade cristã nesta nação alertou renomado pesquisador cristão, referindo-se aos EUA. A advertência ocorreu após um novo estudo revelar que pré-adolescentes rejeitam crenças associadas à cosmovisão bíblica, que é “um meio de experimentar, interpretar e responder à realidade à luz das perspectivas bíblicas”.

Recentemente, o Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã do Arizona divulgou dados sobre as visões de mundo de crianças entre oito e 12 anos. O estudo fez comparações entre as opiniões dos pré-adolescentes com as dos pais, pastores de igrejas e adolescentes.

“O desenvolvimento da visão de mundo das crianças é o desafio existencial que a Igreja Americana enfrenta hoje”, salientou George Barna, diretor do Centro de Pesquisa Cultural. Por isso, ele enfatizou ser necessário investir na restauração dos valores que foram quebrados para evitar a invisibilidade cristã no país.

Segundo ele, é fundamental focar no desenvolvimento da visão de mundo desde bem cedo. Desse modo, Barna observou que “os pais têm o dever de focar e investir no desenvolvimento da visão de mundo dos filhos”. O pesquisador alertou aos pais que, se eles não preencherem esse vazio, outras fontes influenciarão a construção da visão de mundo das crianças.

Os dados

De acordo com a pesquisa, apenas 36% dos pré-adolescentes acreditam que “Jesus Cristo é a única maneira de experimentar a salvação eterna”. Disseram o mesmo 34% dos pais e 54% dos pastores de crianças.

Somente 25% dos pré-adolescentes concordam que “a Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, que deve ser um guia para distinguir o certo do errado e viver uma vida boa”. Parcelas significativamente mais altas de pais (44%) e pastores de crianças (62%) concordaram com essa verdade.

Menos da metade dos pré-adolescentes (21%), pais (28%) e pastores de crianças (36%) disseram acreditar que “existem verdades absolutas – coisas que são certas e que são erradas, que não dependem de sentimentos, preferências ou circunstâncias – essas verdades são imutáveis e cognoscíveis.”

Embora percentagens igualmente pequenas de pré-adolescentes (27%) e pais (33%) concordassem que “a principal razão para viver é conhecer, amar e servir a Deus, com todo o seu coração, alma, mente e força”, a maioria dos os pastores de crianças (56%) identificaram conhecer, amar e servir a Deus como o propósito da vida. Apenas 17% dos pré-adolescentes definiram “verdadeiro sucesso na vida” como “obedecer consistentemente a Deus”, juntamente com 19% dos pais e 42% dos ministros infantis.

Descobertas adicionais sobre os pontos de vista e a vida espiritual dos pré-adolescentes incluídas no relatório afirmam que 26% das crianças com idades entre oito e 12 anos “consultam consistentemente a Bíblia ao tentar determinar o certo do errado” e que 21% dos pré-adolescentes pesquisados “acreditam em mudar a Bíblia é a melhor maneira de distinguir o certo do errado.”

Neste ponto, as opiniões dos pré-adolescentes refletem de perto as dos adultos: 36% dos pré-adolescentes e 35% dos adultos acreditam que “o meio para a salvação eterna é confessar os seus pecados e pedir a Jesus Cristo que os salve das consequências dos seus pecados”.

A pesquisa

Ao enfatizar a falta de cosmovisão bíblica entre os pré-adolescentes, a pesquisa justifica essa realidade ao fato de adultos influenciadores também não abraçarem a cosmovisão. A incidência da cosmovisão bíblica entre adultos caiu para apenas 4%, e entre pais de crianças pequenas é de somente 2%.

A pesquisa abordou questões importantes sobre a cosmovisão: Bíblia, Verdade e Moral, Práticas de Fé, Família e o Valor da Vida, Deus, Criação e História, Caráter Humano e Natureza, Estilo de Vida, Comportamento e Relacionamentos, Propósito e Chamado, bem como Pecado, Salvação e Relacionamento com Deus. Dessa forma, o estudo, salienta a necessidade urgente de um redirecionamento na formação espiritual das novas gerações.

Participaram da pesquisa 400 pré-adolescentes. As respostas com deles foram coletados, em dezembro de 2022. Já 600 pais de crianças menores de 13 anos participaram do estudo, em janeiro do mesmo ano.

E 600 pastores de igrejas responderam às questões, em fevereiro de 2022. Também fazem parte do levantamento 400 adolescentes, que foram indagados em novembro e dezembro de 2022. Outros dois mil adultos, em janeiro de 2023, responderam à pesquisa.