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sábado, 27 abril 2024

A voz do povo não é a voz de Deus

A Igreja tem que ser a voz profética que nossa geração precisa

Por Rev. J.E. Conti

Há um bom tempo que nossa sociedade vive uma situação estranha e complicada. Apesar dos avanços tecnológicos e das redes sociais, boa parte da sociedade vive dentro de nossos mundos particulares. Porém, mesmo protegidos por essa “cerca digital”, a cada instante somos desafiados a tomar decisões sobre assuntos que muitas vezes não tem a menor ideia.

Temos que dizer se somos contra ou a favor dos abortos, casamento gay, adoção de filhos por casais homossexuais, crises ideológicas, crises financeiras, aquecimento global, se a justiça é injusta, etc. E não tentem dizer que isto não é importante, porque é!

A importância está na mesma proporção que o debate destes assuntos tem levado a uma mudança no padrão de vida na sociedade. Do mesmo jeito que as contestações “hippies” das décadas de 60 e 70, mudaram todo o padrão ético e moral do mundo de hoje; as de hoje influenciarão o do futuro. Ou seja, ser contra ou a favor de casamento gay neste momento sinaliza como nossa sociedade agirá dentro de 20 anos.

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Nossa opinião contestadora de um beijo homossexual ou do aborto, pode ser uma antevisão de qual valores e parâmetros irão nortear nossas vidas amanhã. Percebeu como isto é sério?

Tudo bem, você pode até não ter uma opinião se concorda ou não com alguns absurdos que vemos nas redes, mas uma coisa você precisa saber: a opinião da maioria prevalecerá e será a forma de como a ética no futuro definirá o que é certo ou errado, do que é válido ou inaceitável. Ou seja, o bom ou mal de amanhã vai depender da opinião da maioria de hoje.

Resumindo: definitivamente não há mais absolutos. Ou melhor, eles existem, mas em nossos dias, eles (os absolutos) cada vez mais estão sendo jogados para escanteio. Ou melhor, tenho minhas dúvidas se nesta altura do campeonato eles (os absolutos) ainda estão em campo. Percebeu como isto é muito sério?

Para o cristão, os princípios de Deus são os nossos absolutos. A religião cristã precisa de absolutos para nortear os padrões básicos de nossa fé. Se conscientemente abandonamos os absolutos e substituímos pela opinião da maioria, mesmo que hoje seja apenas em questões pessoais, ela chegará às questões básicas de nossa fé. Então, por mais que seja importante a voz da maioria, me desculpe Pelé, mas ela não é a voz de Deus.

Infelizmente, a maioria dos cristãos continua calada quando se trata de definir posições com base nos absolutos das Escrituras, por isso o conselho de Deus para Paulo na cidade de Corinto ainda continua válido: “Não temas, pelo contrário, fala e não te cales” (At 18:9).

A Igreja tem que ser a voz profética que nossa geração precisa. A semelhança dos profetas que pagaram um alto preço pelas verdades de Deus anunciadas, a igreja precisa estar disposta a pagar este preço em nossos dias. Não podemos mudar a mensagem, alterar o conteúdo, “dourar a pílula” para enganar o povo.

Temos que pregar a Palavra, mesmo que nos custe a vida. Percebe como é importante sua opinião hoje sobre os temas atuais. Seu silêncio, sua omissão pode ser o sofrimento de toda uma igreja no futuro.

José Ernesto Conti é pastor da Igreja Congregação Presbiteriana Água Viva e engenheiro mecânico.

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