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quarta-feira, 1 maio 2024

A obsessão do governo Lula pelos evangélicos

O encontro do presidente Lula com a liderança evangélica deve acontecer após a Páscoa. Foto: Ricardo Stuckert

Governo Federal traça estratégia para reduzir a rejeição dos evangélicos, que chegou a 60% na pesquisa do PoderData. Isenção de impostos e campanhas na TV estão entre as ações

Por Cristiano Stefenoni

Campanha publicitária com participação de pastor-cantor, corpo a corpo para aprovar o PL das Fake News, isenção de impostos para as igrejas, treinamento de fiéis para atuarem em programas sociais bancados por projetos federais. O governo Lula tem pautado todas as suas ações em estratégias para tentar se aproximar do público evangélico.

O próprio presidente tem tecido elogios aos crentes em seus discursos e convidado pastores para seus palanques. Ciente do poder eleitoral da classe evangélica, a ideia do governo é tentar reverter um número difícil de cair, que é o da rejeição dos evangélicos em relação ao presidente.

Na última pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), antigo Ibope, 35% dos evangélicos consideram Lula ruim ou péssimo, ou seja, um dos maiores índices de rejeição para um chefe de estado brasileiro até hoje. Pelo DataFolha, esse percentual chegou a 38% em dezembro e, pelo PoderData, passou de 60%.

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A mais recente ação para tentar reverter esses números, foi a campanha midiática do governo, divulgada na semana passada na televisão. Com o tema “Um só povo”, uma peça publicitária sobre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) possui expressões típicas do linguajar evangélico, como “Graça alcançada, Senhor!” e “Glória a Deus”, além da participação do cantor gospel, o pastor Kleber Lucas.

Para impulsionar essa e outras campanhas no Instagram e no Facebook, o Governo Federal desembolsou mais de R$ 473 mil, apenas entre os dias 11 e 17 de dezembro, segundo relatório da Biblioteca de Anúncios da Meta. Paralelo a isso, o governo Lula tem mexido as peças no tabuleiro político para conquistar ainda mais apoio da bancada evangélica em Brasília.

No dia 27 de novembro, por exemplo, foi assinado um protocolo de intensões pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, para que as igrejas sejam uma porta de encaminhamento de pessoas em situação de fome, pobreza e desemprego para programas sociais, como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e Minha Casa, Minha Vida.

Também está para ser votada a PEC 05/23, que amplia as isenções tributárias de igrejas e veda quaisquer impostos sobre a aquisição de bens e serviços para formação do patrimônio, geração de renda e prestação de serviços pelas organizações religiosas de qualquer culto.

O governo também planeja fazer um corpo a corpo com evangélicos no início do ano que vem para tentar conquistar votos para aprovar o projeto de lei (PL) das Fake News, uma prioridade em 2024. Para essa missão, foi escalado o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, que é evangélico.

Em junho, o apóstolo Estevam Hernandes chegou a convidar Lula para participar da Marcha para Jesus, que foi realizada no feriado de Corpus-Christi, em São Paulo. Mas o Palácio, temendo uma recepção negativa, achou por bem o presidente se ausentar do evento. Em nota, Lula agradeceu ao convite e elogiou:

“Sempre admirei e respeitei a Marcha para Jesus, que considero uma das mais extraordinárias expressões de fé do nosso povo”, escreveu. Vale lembrar que foi o próprio Lula que, em 2009, sancionou a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

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