21.6 C
Vitória
quarta-feira, 1 maio 2024

Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros na América do Norte contesta pesquisa sobre adorar sozinho

Adoração a sós. Foto: Reprodução

O pastor Ebenezer Carlos dos Santos, presidente da Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros na América do Norte, contesta a pesquisa que descobriu que a maioria dos cristãos evangélicos nos Estados Unidos acredita que adorar sozinho ou apenas com a família pode ser um substituto válido para ir à igreja. 

Por Lilia Barros 

O relatório divulgado pela Lifeway Research, afiliada à Convenção Batista do Sul, intitulada “Estado da Teologia”, mostra que o percentual é de 66%. Um dado que preocupa o pastor Ebenezer Carlos dos Santos, da Igreja Batista Brasileira do estado do Texas. Ele pontua sua visão dentro dos aspectos teológico, social e experimental. 

“Teologicamente falando, tanto no Velho como no Novo Testamento (Sl 27:4b, 122:1, Ml 3:10, Mt. 21:13), a Bíblia exalta a participação do adorador na Casa do Senhor. Há, inclusive uma séria admoestação: “Não abandonar” o convívio salutar que a congregação dos salvos proporciona para o crente (Hebreus 10:25). A presença física do adorador na Casa de Deus é algo precioso porque ele sai do ambiente de rotina, do dia a dia no seu lar, para mergulhar numa atmosfera onde possa, juntamente com os seus irmãos, ser alimentado pela Palavra, pela comunhão e através da intercessão. O ficar e adorar em casa não é a mesma coisa. As distrações caseiras não ensejam um ambiente propício para culto; da mesma forma, como não se pode ficar em casa se há um chamado do juiz para comparecer no Fórum.”

No aspecto social e de relacionamento, o pastor Ebenezer considera que a comunhão que o ambiente da Igreja proporciona é extremamente salutar e necessário.

- Continua após a publicidade -

“A Igreja é um hospital, onde corações feridos são tratados, vidas são restauradas social e espiritualmente, lugar onde famílias são alimentadas e fortalecidas através do ensino da Palavra de Deus. A prática do culto individual, embora possível, não oferece ao adorador este lado mais humano, o qual abre os seus olhos para ver que outros também sofrem e, sua dor, muitas vezes, é menor do que a do seu irmão em Cristo. Ficar em casa e não desfrutar desta bênção, é não permitir que Deus use a vida do adorador para abençoar outras vidas.”

Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros na América do Norte contesta pesquisa sobre adorar sozinho
Pastor Ebenezer Carlos dos Santos, presidente da Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros na América do Norte. Foto: Divulgação

No contexto prático e experimental, ele faz uma pergunta: 

 “Você faria uma cirurgia com alguém que apenas estudou em casa e não foi à Faculdade? 

A ideia de adorar em casa pode até parecer conveniente num primeiro momento, mas na hora da necessidade espiritual, ela não corresponde à realidade e nem atende ao clamor do coração. Do ponto de vista da conveniência, adorar em casa é a resposta. Do ponto de vista espiritual, é querer carregar a cruz de Cristo, sem “negar a si mesmo” (Lucas 9:23).”

Pesquisa

Os 66% dos evangélicos apontados na pesquisa representa um aumento em relação aos anos anteriores, com 58% dos entrevistados concordando com a afirmação em 2020 e em 2018, enquanto 59% concordaram quando pesquisados ​​em 2016. Pouco mais de 52% concordaram em 2014.

Quando discriminados por demografia religiosa, os americanos com crenças evangélicas são mais propensos a discordar dessa afirmação do que os entrevistados sem crenças evangélicas (41% a 20%). No entanto, 54% dos americanos com crenças evangélicas concordaram com a afirmação. Em 2020, apenas 39% dos americanos com crenças evangélicas concordaram com essa afirmação.

Pandemia

Scott McConnell, diretor executivo da Lifeway Research, disse em comunicado que acredita que a pandemia do COVID-19 desempenhou um fator nas descobertas.

“Identidade religiosa, crenças e comportamento estão inter-relacionados”, disse McConnell. “Quando os comportamentos de comparecimento à igreja pessoalmente foram interrompidos e os hábitos foram quebrados, isso afetou as crenças de alguns americanos sobre a necessidade de se reunir com outros crentes para adorar”.

O novo estudo também descobriu que 60% dos adultos americanos acreditam que as crenças religiosas são “uma questão de opinião pessoal” e “não sobre a verdade objetiva”.

“Muitos americanos pensam em Deus como se Ele tivesse se revelado apenas de uma maneira vaga e indescritível. Eles parecem preencher as lacunas com o que querem acreditar”, afirmou McConnell.

“Isso cria contrastes nítidos entre o que os americanos acreditam sobre Deus e como Ele se revelou em grande detalhe na Bíblia.”

Sexo & Pecado

O estudo revelou que pouco mais da metade dos adultos americanos (53%) dizem que sexo fora do casamento tradicional é pecado, em contraste com 42% que discordam. Isso marca um aumento nos americanos que veem o sexo fora do casamento como pecaminoso em comparação com 2016, quando 49% disseram que era pecaminoso.

O estudo relatou que 46% dos americanos acreditam que a condenação bíblica do comportamento homossexual não é relevante hoje, enquanto 42% acreditam que ainda é relevante.

“As discussões sobre o pecado são inerentemente teológicas, porque exploram se Deus estabeleceu padrões e quais comportamentos erram essa marca”, observou McConnell.

“Então, aqueles que reconhecem certos comportamentos como pecado estão reconhecendo os padrões de uma divindade. Esta é uma discussão diferente de se a sociedade concorda com um padrão ético de conduta que determinamos.”

Grupos religiosos

Em outubro do ano passado, o Pew Research Center divulgou um relatório  descobrindo que os protestantes evangélicos eram mais propensos do que outros grupos religiosos a relatar ter igrejas que haviam reaberto totalmente e se opor às restrições de culto relacionadas ao COVID-19.

De acordo com o relatório do Pew de 2021, 49% dos evangélicos disseram que suas igrejas estavam abertas sem restrições relacionadas ao coronavírus, em comparação com 20% dos protestantes tradicionais, 19% dos católicos e 14% das igrejas protestantes historicamente negras. 

Patrocinado pelo Ligonier Ministries, o estudo de 2022 extraiu dados de uma pesquisa com mais de 3.000 americanos realizada de 5 a 23 de janeiro, com um erro de amostragem estimado em mais ou menos 1,9%. Estudos semelhantes do gênero foram divulgados para os anos de 2014 , 2016 , 2018  e 2020. 

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -