Ensinar as crianças a crer e confiar em Jesus traz bênçãos para a família e segurança para o futuro
Por Cristiano Stefenoni
A agenda do dia está cheia: academia, reuniões profissionais, palestras. Para dar tempo de fazer tudo, a maquiagem – e às vezes até a refeição – é feita dentro do carro durante o trajeto de um cliente para outro. Mesmo com tantos afazeres, a consultora empresarial Tatianny Cristina dos Santos Andrade Costa, 39 anos, não abre mão de iniciar a manhã fazendo o devocional com Deus, juntamente com o seu marido Eder e a sua filha Alicia, de apenas cinco aninhos.
O esforço diário para manter a família unida a Cristo tem como preocupação não apenas a felicidade do lar, mas também garantir para que nenhum de seus integrantes passe a fazer parte das estatísticas do enorme número de fiéis que têm abandonado a fé nos últimos anos.
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De acordo com a pesquisa da Life Way Research, uma divisão de publicação de mídia cristã da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, 66% dos jovens americanos entre 23 e 30 anos afirmaram que pararam de frequentar a igreja por, pelo menos, um ano após completar os 18 anos de idade. Aqui no Brasil, mais de 16 milhões de brasileiros deixaram suas igrejas em 2022, segundo estimativas de um estudo com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Mas cuidar da vida profissional, dos afazeres da casa e ainda zelar pela espiritualidade da família não é uma tarefa fácil, principalmente, quando há uma criança envolvida. Segundo Tatianny, a solução encontrada foi criar uma rotina para que a pequena Alicia entendesse a importância da comunhão diária com Jesus.
“Temos uma rotina que promove segurança, atende às necessidades dela e estimula a união da família. A única refeição que conseguimos fazer juntos é o café da manhã. Então, nesse momento, ouvimos músicas cristãs ou histórias bíblicas.
Depois, estudamos a Bíblia juntas, e ela sempre decora um versinho”, explica a consultora.
Ao final do dia, mesmo chegando cansada do trabalho, Tatianny reserva um tempinho para orar com a filha antes de dormir. “Ela intercede pelos amiguinhos e familiares e sempre pede a Deus para dar bons sonhos”, conta.
Outra estratégia utilizada pela consultora com sua filha é incentivá-la a participar das programações da igreja, em especial, das atividades realizadas nas salinhas do Departamento Infantil. “Na igreja existe o coral infantil e ela ama participar das apresentações”, afirma Tatianny.
Além disso, os pais da Alicia a educam para que ela entenda a importância da reverência no culto e incluem atividades lúdicas e cristocêntricas, de modo que a pequenina não perca a concentração do que está acontecendo à sua volta.
“Jamais damos o celular nas mãos da nossa filha, pois quando o aparelho é ligado, a atenção dela no culto é desligada. E quando isso acontece, como criar nela a alegria de estar ali, adorando a Deus? Para mim, as telas são um câncer da humanidade, que têm atrapalhado o desenvolvimento da consciência de adoração nas crianças”, ressalta a consultora.
A fé deve ser estimulada desde cedo nas crianças
Não existe fórmula mágica. Mas existe fórmula bíblica. Os pais cristãos que desejam que seus filhos cresçam no temor do Senhor precisarão se esforçar para que a fé dos pequeninos seja desenvolvida em cada etapa de suas vidas. E, graças a Deus, hoje existem no mercado vários recursos para ajudar nessa importante missão.
“Existem Bíblias ilustradas para crianças e bebês, animações com filminhos bíblicos, musiquinhas cristãs, enfim, tudo isso ajuda muito. Já para os maiores, que são alfabetizados, há materiais complementares com atividades e joguinhos que ajudam no aprofundamento do conhecimento bíblico”, explica a pedagoga e mestranda Glaucia Clara Korkischko, que também é especialista em Psicopedagogia e Liderança para as Novas Gerações.
Outro ponto importante apontado pela pedagoga é que para cada idade deve ser utilizada uma metodologia diferente. “Para crianças de zero a 6 anos são indicadas histórias bíblicas, a fim de que elas se familiarizem com o amor de Jesus. Dos 7 aos 12 anos, já se realizam estudos bíblicos temáticos, com mais profundidade, que os preparam para as decisões da vida, como o batismo”, orienta Glaucia.
A pedagoga explica que, seja qual for a estratégia utilizada pelos pais, é fundamental reservar tempo de qualidade para falar de Jesus com os filhos e que esse estudo deve ser sistemático. “É comprovado pela ciência que a rotina faz bem para a formação da criança. E isso vale para o estudo da Bíblia na formação do caráter. Ela aprenderá mais do amor de Jesus, se tornará mais confiante e esses valores serão solidificados na vidinha dela”, justifica.
Aos pais que não têm experiência com a Bíblia, a indicação da especialista é comprar materiais de apoio, como Bíblias ilustradas, para facilitar na educação cristã. “Todo mundo ama história. Será importante tanto para ensinar a criança a saborear as histórias bíblicas como para os pais aprenderem também”, ressalta Glaucia.
Maneiras de levar os filhos para mais perto de Deus
Seja exemplo
Os filhos precisam ver os pais orando, lendo a Bíblia, louvando, testemunhando, evitando brigas e discussões dentro de casa. Seja exemplo dentro de sua casa.
Não fale mal da igreja
Alguns pais aproveitam a hora do almoço ou do jantar após o culto para falar mal da igreja, das programações, da mensagem, do louvor, enfim, passam a imagem para os filhos que ir à casa do Senhor traz mais problemas do que bênçãos. Evite essa prática.
Faça o culto familiar
Você jamais deve permitir que a correria do dia a dia o impeça de tirar um momento para fazer o culto familiar. Nada longo. Algo objetivo, simples, direto, mas que precisa ser sistemático. Orar juntos é muito importante nessa fase. O amor pelas coisas de Deus não começa na igreja, mas dentro de casa.
Estimule a participação na igreja
Os filhos precisam entender que ir à igreja e participar de suas atividades é um compromisso tão importante quanto ir à escola ou fazer um estágio. Então, é necessário cuidar para que não se chegue atrasado aos cultos, participar junto com os filhos das atividades promovidas pela congregação, comprar os materiais necessários para o estudo bíblico deles, entre outras ações.
Aja com amor e autoridade
Os pais são as autoridades dentro do lar. Deve partir deles a responsabilidade de impor os limites nas redes sociais, estipular períodos para o uso do videogame, verificar o que se vê na internet e o que assiste na TV, determinar os horários de estudo da Bíblia e de ir à igreja, mas tudo com amor e carinho.
Use os recursos disponíveis
O mercado oferece uma série de materiais de apoio para ajudar no desenvolvimento espiritual dos filhos. Utilize Bíblias ilustradas para crianças e bebês, animações com filminhos bíblicos e musiquinhas cristãs. Já para os maiores, que são alfabetizados, existem materiais complementares com mais atividades e joguinhos.
Crie uma rotina de estudo da Bíblia.
Separe tempo para falar de Jesus com as crianças, de preferência, em um momento pela manhã e à noite. E não esqueça: elas precisam de atenção exclusiva nessa hora, ou seja, nada de pressa. O mundo infantil exige paciência e dedicação.
