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terça-feira, 30 abril 2024

10 prejuízos do excesso de telas para crianças e adolescentes

Foto: FreePik

Alteração do sono, impulsividade e distúrbio de aprendizado estão entre os malefícios da exposição a celulares e televisores, por exemplo. Pais precisam limitar e gerenciar o acesso a esses aparelhos

Por Patricia Scott

O universo virtual proporciona muitas possibilidades de conhecimento, entretenimento e comunicação. Quando o assunto envolve crianças, entretanto, os pais precisam ficar atentos e vigilantes.

O levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgado em 2023, revela que 95% das crianças e dos adolescentes de 9 a 17 anos em todo o Brasil estão conectados à internet, totalizando mais de 25,1 milhões de pessoas nessa faixa etária. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC), divulgada pelo IBGE em novembro de 2023, aponta que, no país, aproximadamente 85% das crianças de 10 a 13 anos acessaram a internet em 2022.

Em pleno século 21, eliminar completamente a tecnologia – seja ela passiva, como a TV, ou ativa, como games e redes sociais – da vida humana é praticamente impraticável, mas a psicóloga Flávia Luz Vaz considera legítima a opção de famílias que mantêm os filhos, em boa parte da infância e da adolescência, sem acesso a telas. “É possível viver sem ou com tecnologia de maneira equilibrada”.

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A especialista destaca que os pais precisam limitar, gerenciar e controlar esse acesso. Isso porque crianças e adolescentes ficam expostos a um universo de possibilidades. “É uma questão de proteção e responsabilidade dos adultos”, pontua a psicóloga, acrescentando que há linguagens, comportamentos e termos inadequados para essas faixas etárias, além de valores que podem não estar de acordo com os da família.

Flávia orienta que crianças com menos de dois anos não tenham acesso a telas, mesmo que seja de modo passivo. “Elas estão na fase da primeira poda neural da estruturação do cérebro”. Entre dois e quatro anos, Flávia recomenda no máximo uma hora de tela, sempre com supervisão. “De cinco a 11 anos, esse tempo pode se estender a duas horas. A partir dos 13, 14 anos, eles estão mais aptos a utilizar o telefone, mas ainda com supervisão”.

10 prejuízos do excesso de telas para crianças e adolescentes
Psicóloga Flávia Luz Vaz – Foto: Arquivo Pessoal

A psicóloga salienta que os pais devem estimular os filhos a brincar, já que as brincadeiras servem como um laboratório para a vida adulta. É importante, inclusive, a brincadeira com outras crianças, para o desenvolvimento da inteligência socioemocional. “Assim, elas testam o que podem ou não fazer, aprendem sobre respeito e aguçam a criatividade, além de vivenciarem a sociabilidade”.

Flávia também destaca a necessidade de as crianças terem uma rotina com horários, mas pode haver flexibilidade. Outro ponto é planejar momentos de vida real, que podem ser  jogos de tabuleiro, bicicleta, skate, desenhar, pintar e também momentos de conversa. “Dê a elas uma atividade física regular: natação, futebol, vôlei, jogos de coletividade. Estimule a leitura e organize passeios ao ar livre”.

‘A criança digital’

10 prejuízos do excesso de telas para crianças e adolescentes

Você quer que seu filho na fase adulta tenha todas as aptidões necessárias para relacionamentos fortes? O treinamento necessário não está nos celulares nem nos tablets. “Não existem aplicativos nem videogames capazes de substituir os relacionamentos pessoais com outros seres humanos”, pontuam Gary Chapman e Arlene Pellicane, no livro “A Criança Digital”. Segundo eles, as habilidades sociais precisam ser praticadas na vida real, em família. “O lugar ideal para uma criança aprender a ser sociável é em casa, onde a mãe ou o pai pode ser exemplo amável de como são os relacionamentos saudáveis”.

Os autores observam, ainda, que as telas não são o problema, mas, sim, a frequência com que são utilizadas. “Que atividade preenche o tempo livre de seu filho? Uma coisa é reunir a família diante da televisão para assistir a uma série. Trata-se de um tempo intencional diante da tela que pode aproximar ainda mais a família. Outra coisa é clicar de canal em canal, aleatoriamente, dia após dia. Esse tempo não programado tende a ser desperdiçado e tornar-se influência negativa”.

Sendo assim, infelizmente, quanto mais tempo a criança passa diante das telas, menos tempo tem para interagir com os pais, os irmãos e os amigos. “Elas precisam aprender a processar as emoções, e isso não ocorre diante de uma tela, mas, sim, na interação com pais, irmãos e outras pessoas em tempo real, face a face”.

Os autores, no entanto, ponderam que nunca é tarde demais para começar a fazer o que é saudável. Isso se aplica às pessoas, individualmente, e também à educação dos filhos, de acordo com Gary e Arlene. “A vida de qualquer pessoa pode dar uma guinada, mas, enquanto seus filhos estiverem morando em sua casa, não é tarde demais para você se esforçar ativamente para instruí-los nos caminhos saudáveis”.

Confira 10 prejuízos do excesso de telas para crianças e adolescentes, segundo a psicóloga Flávia Luz  

  • Aumento significativo de déficit de atenção
  • Atraso cognitivo [imaginação, criatividade, memória]
  • Distúrbio de aprendizado
  • Impulsividade
  • Dificuldade de lidar com as emoções
  • Obesidade
  • Dificuldade da interação social
  • Alteração no sono
  • Cyberbullying
  • Abusos

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