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terça-feira, 30 abril 2024

Vender remédio abortivo poderá dar 20 anos de prisão

O texto aprovado é um substitutivo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ao Projeto de Lei 3415/19. Foto: Bruno Spada/Agência Câmara

Medida faz parte de uma proposta que tramita no Congresso e que foi aprovada nesta segunda-feira (4) pela Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados.

Por Cristiano Stefenoni

A venda de remédios abortivos com a finalidade de provocar a interrupção da gravidez poderá render pena de prisão de até 20 anos, além de multa que pode chegar a R$ 20 mil para a propaganda desses medicamentos. As medidas fazem parte de uma proposta que tramita no Congresso e que foi aprovada nesta segunda-feira (4) pela Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados.

Agora a proposta segue para a apreciação das comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, de Saúde e de Constituição e Justiça e de Cidadania. O texto aprovado é um substitutivo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ao Projeto de Lei 3415/19. O relator manteve a versão original, mas optou por incorporar medidas previstas nos projetos apensados que tratavam do mesmo tema (PL 1004/23, PL 1229/23 e PL 349/23).

De acordo com o Código Penal, a pena de prisão varia de 10 a 15 anos para quem falsifica, corrompe ou altera medicamentos. Pelo novo projeto, esse período de reclusão subiria para 20 anos. Além disso, a proposta também visa alterar as penas.

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A pena prevista pela Lei de Infrações Sanitárias para propaganda de abortivos, que é de R$ 2 mil, passaria a ser de R$ 20 mil. As mudanças também visam as redes sociais, onde também estariam proibidas esse tipo de propaganda por meio das plataformas de comércio eletrônico.

Além disso, o termo “remédios abortivos” foi substituído por “remédios com a finalidade de provocar abortos”. “Evita-se, desta forma, incertezas acerca da penalização de propagandas de medicamentos que não são abortivos, mas que podem provocar aborto em caráter acidental”, justificou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), relator da proposta. Com informações da Agência Câmara de Notícias.

Acompanhe a tramitação do projeto clicando aqui.

Como anda a discussão sobre a descriminalização do aborto

  • No dia 22 de setembro, a ministra Rosa Weber, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 442) que foi impetrada no STF em 2017 pelo PSOL e o Instituto Anis a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação por qualquer motivo.
  • Porém, o ministro Luís Roberto Barroso pediu destaque e interrompeu a votação. Com isso, o julgamento, que estava sendo realizado no Plenário virtual, será transferido para o Plenário físico.
  • Até então, o voto da ministra Rosa Weber continuará valendo mesmo após a sua aposentadoria. Isso porque, em 2022, o STF decidiu que os votos de ministros que se aposentarem depositados em Plenário virtual continuarão vigorando, mesmo que tenha havido pedido de destaque.
  • Já no dia 26 de setembro foi protocolado no Senado, pelo líder da oposição na Casa, senador Rogério Marinho (PL-RN), a proposta de um plebiscito para ouvir a opinião da população brasileira sobre o assunto. A pergunta seria: “Você é a favor da legalização do crime de aborto?”.
  • Na terça-feira (26/09) também foi lançada, na Assembleia Legislativa do Paraná, a “Frente Parlamentar Pró-Vida” contra uma possível aprovação no Supremo da ADPF 442, que pretende liberar o aborto seja qual for motivo.
  • Cerca de 45 passeatas na “Marcha Pela Vida Contra o Aborto” aconteceram de 8 a 12 de outubro em todo o país contra a descriminalização do aborto.
  • Na sexta-feira (20/10), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu que Supremo Tribunal Federal (STF) anule o voto da ex-ministra, Rosa Weber, que foi a favor da liberação do aborto.
  • Já no dia 26 de outubro, foi a vez da Assembleia Legislativa Rio Grande do Sul criar a sua Frente Parlamentar em defesa da vida contra o aborto. O evento contou com a participação de várias representações municipais, ONGs, lideranças políticas e religiosas.
  • No dia 6 de novembro, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou, em uma live do BTG Pactual, que a discussão sobre o aborto ficará para 2024, podendo, inclusive, se estender para 2025, período em que se encerra o seu mandato como presidente da Corte.
  • No dia 7 de novembro, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou a inclusão, no calendário oficial de eventos, da Marcha Distrital da Cidadania em Defesa da Vida – Contra o Aborto (PL nº 421/2019), que deverá ocorrer todo o mês de junho.
  • Já no dia 13 de novembro, o ministro Barroso disse ser favorável a descriminalização do aborto. O posicionamento foi dado durante a sua fala no seminário “O Papel do Supremo nas democracias”, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. 
  • Também está em análise na Câmara dos Deputados desde o início de novembro, o Projeto de Lei 2674/23, do deputado Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF), onde determina que as embalagens dos testes de gravidez tenham mensagens obrigatórias contra o aborto e a seguinte frase: “Aborto é crime; aborto traz risco de morte à mãe; a pena por aborto provocado é de 1 a 3 anos de detenção”.
  • Em novembro foi apresentada uma proposta do Projeto de Lei 4005/23, de autoria do deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos-GO) e que tramita na Câmara dos Deputados, que visa obrigar as escolas públicas a terem palestras educativas sobre os efeitos físicos, psicológicos, sociais e éticos do aborto. 
  • Ainda em novembro, um debate contra o ativismo judicial foi realizado no dia 24, no Plenário do Senado Federal, em Brasília, e questionou a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar a liberação do aborto até a 12ª semana de gestação. Senadores, profissionais, da saúde, jurista e professores participaram do encontro. Na ocasião foi ressaltado que a revogação do aborto só pode ser feita por lei do Congresso Nacional.

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