É motivo de ofensa para o governo chinês quando os cristãos declaram que o Senhor é a prioridade
Por Patricia Scott [Portas Abertas]
Na China, as autoridades monitoram as igrejas, assim como os cristãos e a liderança. No país, que ocupa a 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, o governo exige lealdade da população. Assim, Moli (nome fictício por motivos de segurança), missionária da Portas Abertas, destaca que o Partido Comunista Chinês (PCC) é apresentado “como uma religião”.
Ela esclarece que é motivo de ofensa para o governo chinês quando os cristãos declaram que o Senhor é a prioridade. “Onde eu vivo não é mais permitido reunir um grande grupo. Uma reunião com mais de 100 pessoas pode ser alarmante para o Partido”.
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Moli compartilha ainda que o não cumprimento dessa determinação governamental “causa problemas, como policiais invadindo o local ao receberem denúncias dos vizinhos. Então, para evitar, as igrejas domésticas se dividem em pequenos grupos”.
Segundo a missionária, a única maneira de uma igreja ser aceita pelo governo é a partir do registro. Mesmo assim, as comunidades de fé regularizadas pelo governo também devem cumprir todas as regras impostas pelas autoridades chinesas.
“O governo quer que todas as igrejas se registrem, mas muitas escolhem não o fazer porque não querem ser controladas. Até onde eu sei, até as igrejas registradas não podem pregar completamente o Evangelho”, revela.
Moli salienta que há câmeras por todos os lados, inclusive dentro das igrejas. De acordo com a missionária, os sermões são revisados pelas autoridades, que acrescentam frases para favorecer o Partido Comunista.
“Somente as igrejas domésticas estão livres disso, pois se reúnem secretamente e não estão registradas no sistema oficial, sendo consideradas ilegais”, enfatiza e conclui: “Ninguém quer ser vigiado. Não sabemos quem está assistindo, como eles pensam e o que farão. Acredito que as pessoas querem ser livres de qualquer monitoramento”.