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sábado, 27 abril 2024

Pastores repudiam plataformas de fofoca

Foto: : Commons

Com a morte trágica da jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, líderes se posicionaram quanto à prática virtual entre os evangélicos 

Por Patricia Scott

Recentemente, a morte trágica da jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, gerou comoção e indignação nacional. Dias antes de morrer, ela revelou em rede social que estava sofrendo ataques na internet e pediu a exclusão dos posts falsos de um suposto affair com o humorista Whindersson Nunes.

A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte de Jéssica, que era natural de Araguari, no Triângulo Mineiro, que tem relação direta com a proliferação de páginas de fofocas nos meios secular e evangélico. Isto porque a jovem tirou a própria vida após a disseminação de notícias falsas com a indicação de relacionamento amoroso com Whindersson compartilhadas por perfis de notícias sobre celebridades, inclusive a página “Choquei”, administrada pelo fotógrafo Raphael Sousa.

Diante dessa tragédia, nas redes sociais, líderes evangélicos repudiaram o crescimento de páginas de fofoca no meio gospel. Eles também demonstração preocupação com a crescente disseminação de boatos e notícias falsas entre os evangélicos, já que tais práticas são contrárias aos ensinamentos bíblicos.

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“Imagine: uma vida se foi. Por causa de sites e Instagrams fofoqueiros e mentirosos, o que uma pessoa leva uma vida construindo e realizando pode se arruinar e chegar à morte. Verdadeiros bandidos e malfeitores”, disparou André Valadão, defendendo que a “internet não pode mais ser ‘terra de ninguém’” e que deve haver punição. “O nível de abusos, mentiras, difamações, e digo mais, extorsões financeiras repletas de ameaças vindas de vários sites de fofocas são absurdos. Uma máfia!”.

Já o pastor e escritor Walmir Nascimento enfatizou a incompatibilidade entre a fofoca e os ensinamentos cristãos. “Não existe fofoca gospel, só se for no inferno! Fofoca nenhuma se adequa àquilo que a Bíblia diz”.

Outro que criticou as páginas de fofoca foi o pastor Renato Vargens. O líder religioso disse que tal atitude é para os crentes carnais. “Páginas de fofoca atraem ímpios e pecadores. Os que seguem essas páginas assemelham-se a urubus ávidos por carniça”.

E o pastor Elizeu Rodrigues ressaltou de maneira direta: “Sites de fofocas matam”, referindo-se à trágica consequência do compartilhamento irresponsável de informações falsas no caso de Jéssica Canedo.

O pastor Henrique Vieira também se posicionou: “O que aconteceu com a Jéssica Vitória Canedo, uma jovem de 22 anos, é de uma imensa tristeza. Em seu último relato na internet já deixava claro o seu esgotamento com a situação ‘O problema é que vocês estão passando completamente dos limites e por algo que eu não fiz’”.

Em nota, a Nonstop Produções S.A., escritório responsável pelo gerenciamento de Whindersson Nunes, publicou a visão do artista, que mesmo antes da morte de Jéssica já havia divulgado não conhecer a jovem e que as informações eram fake news. “Perplexo com o desencadeamento desse novo massacre público proporcionado pelo uso negativo das redes sociais, o artista lamenta: ‘Estou extremamente triste. Voltei ao dia em que perdi meu filho. Que ninguém passe pela dor de enterrar um filho”.

Sobre o caso

O delegado da Polícia Civil de Araguari que investiga o caso, Felipe Oliveira, confirmou ao g1 na última sexta-feira (29) que Raphael Souza, administrador do “Choquei” foi ouvido por videoconferência e prestou declarações. A polícia não divulgou detalhes do depoimento, e as investigações seguem.

Oliveira afirmou que “está claro no inquérito” que os comentários em redes sociais podem ter influenciado na morte da jovem. Nas próximas etapas do processo, os autores de publicações ofensivas na internet também podem ser investigados.

Segundo Felipe, por conta do teor dos comentários encontrados, a polícia pediu a quebra do sigilo de perfis para identificar os responsáveis pelos ataques. O delegado informou ainda que outras plataformas, além da “choquei”, que divulgaram a notícia falsa também estão sendo ouvidas.

Nas redes socais. a “Choquei” divulgou nota, na última quinta-feira (28), dizendo que, no depoimento, foram apresentados fatos e documentos para contribuir nos esclarecimentos do caso. “Foram fornecidas provas sobre o fato gerador da notícia falsa – que foi publicada originalmente por um outro perfil e republicada posteriormente pela Choquei – e foram disponibilizadas imagens de diálogos que mostram os procedimentos adotados assim que a falsidade foi descoberta, como a retirada imediata do conteúdo falso republicado”. A página de fofocas tem 6,7 milhões de seguidores no X e outros 20,6 milhões de seguidores no Instagram.

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