22.1 C
Vitória
sábado, 27 abril 2024

Pastor ou pastora? Seminário Teológico aprova resolução afirmando que somente homens podem ser pastores

Ministério pastoral. Foto: Reprodução

Seminário Teológico Batista do Sul, com sede em Louisville, aprova resolução afirmando que somente homens podem ser pastores. No Brasil, cada igreja é livre para decidir.

Por Lilia Barros

O Seminário Teológico Batista do Sul, com sede em Louisville, cidade mais populosa do estado amerciano do Kentucky, aprovou por unanimidade uma resolução afirmando sua posição de que apenas homens podem ser pastores.

“Fica ainda resolvido que este Conselho encoraja a administração e o corpo docente do Seminário Teológico Batista do Sul a continuar seu treinamento teológico com esta convicção declarada – graduando homens e mulheres para o serviço à igreja, mas com homens reservados apenas para o ofício e função, e assim título de pastor”, diz um trecho da resolução. 

Conforme relatado pelo The Christian Post , os curadores do SBTS aprovaram a resolução em sua reunião de outono na semana passada. A resolução confirma a posição do presidente da SBTS, Albert Mohler, que ajudou a elaborar a Fé e Mensagem Batista 2000, que é a declaração de fé oficial da SBC.

- Continua após a publicidade -

“Nossos curadores do SBTS fizeram uma declaração importante na semana passada, aprovando uma resolução unânime definindo pastor como função e cargo e limitado a homens pelas Escrituras, conforme confessado pelos batistas do sul na Fé e Mensagem Batista”, twittou Mohler na terça-feira. “Grato por eles.”

Mulheres

A resolução vem depois que a Igreja Saddleback, afiliada à SBC, ordenou três mulheres em maio de 2021, apesar da Fé e Mensagem Batista de 2000 afirmar que o “ofício de pastor é limitado a homens qualificados pelas Escrituras”.

Na época, Mohler denunciou as ordenações como “contrárias às Escrituras” e “uma tentativa de redefinir e reformular o fundamento convicto da fé batista do sul e do ministério cooperativo”.

“As questões teológicas não mudaram desde o ano 2000, quando os batistas do sul falaram clara e precisamente na Fé e Mensagem Batista. Mais importante, as Sagradas Escrituras não mudaram e não podem mudar”, escreveu Mohler em um editorial publicado em seu site. .

Outros dentro da SBC pediram que Saddleback fosse desassociado da convenção, que é a maior denominação protestante do país.

Mohler, ao lado do presidente do Seminário Teológico Batista de Nova Orleans, Chuck Kelley, e do ex-presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da SBC, Richard Land (1988-2013), divulgou uma declaração esclarecendo a definição batista do sul da palavra “pastor”.

“É importante entender que a palavra pastor foi escolhida precisamente por causa de sua clareza entre os batistas do sul. A declaração afirma cuidadosamente que homens e mulheres são talentosos para o serviço na igreja, mas o papel do pastor é biblicamente definido e deve ser realizada apenas por homens qualificados pelas Escrituras”, enfatizaram na declaração publicada em 29 de julho.

No Brasil

No realidade da Convenção Batista, cada igreja é livre para decidir sobre consagração de mulheres ao ministério pastoral. Na Ordem dos pastores, alguns estados aceitam a filiação outros não. “Mas isso tem pouco efeito prático. Ninguém depende disso para exercer a função”,afirmou o pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória-ES, Joarês Mendes.

“Tenho amigos muito caros que são contra a ordenação de mulheres para o ministério pastoral. Com todo respeito eu discordo deles. Embora o contexto cultural típico do Velho Testamento seja de muitas restrições para as mulheres, algumas delas ganharam destaque como por exemplo Miriã, Débora e Hulda que foram profetizas.”

Muitos usam as palavras de Paulo aos Coríntios para justificar o impedimento das mulheres em relação ao pastorado.

“A questão é que se o texto for tomado literalmente, nenhuma atividade poderia ser dada a mulheres na igreja, além do que a proibição de Paulo aos Coríntios deve considerar a realidade específica daquela cidade. A grande maioria das nossas igrejas tem mais mulheres do que homens em sua membresia e parece óbvio demais que o público feminino pode ser melhor pastoreado por uma mulher do que por um homem, por mais capaz que este seja. Desnecessário seria considerar também o fato de que as mulheres ocupam cada vez mais espaço na sociedade contemporânea e o fazem com grande sucesso na maioria das vezes.”, conclui o pastor Joarês Mendes. 

O diretor-geral da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, pastor Diego Bravin, confirma que a Ordem dos Pastores Batista no estado não aprovou a ordenação de mulheres, poré decidiu seguir a orientação da Ordem Nacional dos pastores.

“Seguimos o que a nacional decidiu que é deixar essa decisão ser local em cada região do país. Eu, particularmente, sou contrário ao sacerdócio feminino porque entendo ser essa uma visão bíbllica, mas penso que as mulheres devem ter voz na igreja e nas decisões”. 

O diretor do Centro Teológico Batista do Estado do Espírito Santo (Cetebes), pastor Wolmar Craus, afirma que a Igreja Batista funciona em um sistema Congregacional.

“A Igreja local é que decide suas próprias coisas. Sendo assim, a Igreja local pode ordenar mulheres ao ministério pastoral, entretanto, a Ordem de Pastores ES decidiu em 2015, não aceitar mulheres. A igreja aceita, a ordem não.”

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -