Saber a hora certa de procurar o pastor é fundamental para evitar o “pastocentrismo”, fortalecer o discipulado e evitar o desgaste do ministério.
Por Cristiano Stefenoni
O pastor exerce papel fundamental em uma igreja, desde questões administrativas até emocionais. O problema é que muitos crentes esquecem que esses ministros também são humanos, cansam, têm famílias e seus próprios problemas. Sendo assim, qual o melhor momento para procurá-lo, de modo a não causar um desgaste na obra pastoral?
A reflexão é necessária visto que mais de 70% dos pastores se dizem sobrecarregados em suas funções e 90% estão envolvidos com o ministério pastoral entre 55 e 75 horas por semana, segundo um estudo da Lifeway Research, divisão de publicação de mídia cristã da Convenção Batista americana.
O pastor da Igreja Evangélica Ágape, Gedimar de Araújo, que também é líder nacional do Ministério de Apoio para Pastores e Igrejas (Mapi), explica que os membros da igreja só devem procurar o pastor quando não conseguirem resolver suas demandas de outra forma com os demais líderes da igreja.
“A ovelha só deve procurar o pastor apenas após ela procurar respostas com os outros discipuladores da igreja e não obtiver resposta. Então, juntos, devem procurá-lo”, orienta o pastor Araújo. Ele diz que, em seu ministério, adotou uma metodologia para resolver algumas questões na congregação sem se desgastar.
“Antes de dar qualquer resposta, eu peço a ovelha para que leia o livro de Tiago e tire algumas lições. Caso a pessoa não cumpra essa tarefa, ela demonstra que não quer ouvir a opinião de Deus, então, também não estará disposta a me ouvir. O pastor deve ter sabedoria para não ficar sobrecarregado”, afirma.
De acordo com Gedimar de Araújo, muitos pastores estão cansados exatamente porque gostam de ser consultados em tudo, de ter uma agenda cheia. “Há muitos pastores que gostam desse papel de ser procurado, de dar aconselhamento, faz bem para o seu ego. O pastor deve ensinar a igreja sobre os dons e que ele não deve ministrar o tempo todo”, orienta.
Outra questão importante é quanto a preparação de discípulos para facilitar a resolução de demandas. Gedimar ressalta que há igrejas que são pastocêntricas, ou seja, o pastor é o centro, a resposta para tudo, o agente de Deus que tem que ser consultado por todos.
“Mas essa não é a visão Bíblia. A Palavra de Deus diz que deve haver um discipulado sério, onde o pastor discípula os líderes que, por sua vez, discipulam os demais membros da igreja. Isso tira a dependência sobre o pastor”, conclui.
