Um dos fatores que fazem as jovens rejeitarem o cristianismo é a crença de que a maioria das igrejas não trata mulheres e homens de forma igualitária
Por Patricia Scott
Levantamento da Survey Center on American Life revela que, pela primeira vez em anos, as jovens da Geração Z estão abandonando a igreja mais do que os jovens. Segundo os números, 57% deixaram a fé cristã, enquanto 37% dos meninos abandonaram a igreja e se identificaram como não religiosos.
A Geração Z [nascidos de 1995 a 2010] é a primeira em que a porcentagem de mulheres que abandonaram a fé cristã é maior do que o número de homens que deixaram a igreja. A pesquisa, divulgada na semana passada, investigou também as opiniões sobre religião das gerações baby boomers [1945 a 1964], X [1965 a 1980] e millennials [1982 a 1994]. Nessas, os que mais abandonaram a fé foram baby boomers (57%), X (55%) e millennials (53%).
Um dos motivos de as jovens rejeitarem o cristianismo, conforme o estudo, é a crença de que a maioria das igrejas não trata mulheres e homens de forma igualitária. Assim, 65% das meninas da Geração Z pensam que as igrejas tratam homens e mulheres de forma desigual. Nas gerações mais antigas, o percentual de mulheres que têm o mesmo pensamento é menor.
De acordo com os pesquisadores, as ideologias não cristãs são um outro fator para o declínio da religiosidade entre as jovens da nova geração. Desse modo, “61% das mulheres da Geração Z se identificam como feministas, muito mais do que as mulheres das gerações anteriores”. Quanto ao aborto, a maioria das mulheres jovens (54%) acredita que não deveria estar disponível sem qualquer restrição.
Alerta às igrejas
O relatório da Survey Center destacou que a diminuição da fé entre as meninas da nova geração deve ser encarado como preocupante para as igrejas. O argumento é que as mulheres desempenham um papel importante no serviço e no discipulado.
“A diminuição do envolvimento religioso entre as jovens representa um desafio único para as igrejas e congregações”, destacou a pesquisa, advertindo que “estudos mostram que as mulheres tendem a contribuir com muito mais tempo e energia para a construção de comunidades e esforços voluntários em locais de culto. Sem essa fonte dedicada de trabalho, muitas congregações não serão capazes de servir os seus membros e as suas comunidades”.
Os pesquisadores pontuaram também que as mulheres exercem um papel fundamental na transmissão das Sagradas Escrituras e dos valores cristãos aos filhos. “Os americanos que foram criados em lares religiosos dão mais crédito às mães do que aos pais por liderarem a educação religiosa deles, e as crianças que são criadas em lares de religiões mistas têm maior probabilidade de adotar a fé da mãe na idade adulta”. Com informações The Christian Post