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sábado, 27 abril 2024

Mulheres e bebês vítimas de sequestro foram libertos em Burkina Faso

Cristãs em Burkina Faso enfrentam uma dupla perseguição: por serem mulheres e por serem cristãs. Foto ilustrativa Crédito: Portas Abertas

Mais de 60 mulheres, crianças e bebês estavam em cativeiro há oito dias.

Por Lilia Barros

66 mulheres e crianças foram resgatadas pelas Forças de Defesa de Burkina Faso na semana passada, no Norte do país. As vítimas foram sequestravam e estavam em cativeiro há oito dias.

Portais de notícias locais afirmaram que as mulheres e crianças foram encontradas durante uma operação militar em Tougouri, Norte de Burkina Faso. Entre as vítimas estavam 27 mulheres adultas e 39 bebês, crianças e jovens meninas.

Uma parte das vítimas foi raptada no dia 12 de janeiro e a outra no dia 13. Os dois grupos de mulheres estavam buscando comida no distrito de Arbinda, na região do Sahel, por causa da escassez de alimentos onde elas moravam.

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Fome e violência

Jihadistas ocuparam áreas no Norte de Burkina Faso, a parte desértica e rural. Ali eles mataram centenas de pessoas que moravam nos vilarejos e deixaram centenas de deslocados internos.

Os extremistas também bloquearam estradas e tornaram a entrega de ajuda humanitária para os que permanecem na região extremamente perigosa e difícil. Por causa da falta de alimentos e fome extrema, muitos moradores saem para colher frutas silvestres, folhas e sementes para alimentarem as famílias.

Os detalhes sobre os raptores permanecem um mistério. Os principais suspeitos são os grupos jihadistas que disputam o controle da região. A crise humanitária está se agravando rapidamente em Arbinda, um reflexo da crise que Burkina Faso vive.

A mídia local relatou que manifestantes invadiram armazéns no mês passado para levar comida e outros itens de necessidade básica. De acordo com as Nações Unidas, a insurgência jihadista no Oeste Africano, que começou há quase uma década, já deixou centenas de mortos e mais de dois milhões de deslocados internos.

Perseguição a cristãos em Burkina Faso

O país está na 23ª colocação na Lista Mundial da Perseguição 2023, que classifica os 50 paises onde os cristãos são mais perseguidos.

A crescente influência de grupos jihadistas em Burkina Faso tem um impacto violento e direto sobre os cristãos. Muitos foram feridos e mortos em aldeias, igrejas e locais de trabalho, centenas de igrejas foram destruídas ou forçadas a fechar. A ameaça de grupos extremistas se espalhou até mesmo para cidades que antes estavam fora de seu alcance.

Além de serem alvo de jihadistas, os cristãos de origem muçulmana enfrentam enorme pressão da família e da comunidade para renunciar à nova fé. Muitos têm medo de expressar sua crença em público por causa dessas ameaças.

A violência também provocou o deslocamento de um milhão de pessoas em Burkina Faso, das quais muitas são cristãs que fugiram dos ataques de extremistas islâmicos.

Burkina Faso subiu do 32º para o 23º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023. Em todo o país, a violência contra os cristãos está aumentando, assim como a pressão.

A ação dos jihadistas está se expandindo e muitas igrejas e escolas cristãs estão sendo forçadas a fechar. Os ataques aos seguidores de Jesus criaram um ambiente de medo, em que muitos temem frequentar os cultos da igreja ou mandar seus filhos para a escola. Grupos extremistas também estão substituindo o governo em áreas que controlam e onde retêm os serviços sociais.

Em 2022, as incertezas políticas agravaram a situação. Em 24 de janeiro, um golpe militar derrubou o presidente de Burkina Faso, Kaboré, em meio a uma crise de segurança cada vez mais profunda no país. Tanto os civis quanto as forças de segurança já expressavam seu descontentamento. O golpe foi orquestrado pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, que foi promovido a chefe da terceira região militar do país. Esse golpe foi seguido por outro em outubro. Esse caos fortaleceu os jihadistas e expandiu as áreas sob seu controle.

Além disso, a situação em países vizinhos como Níger e Mali também está contribuindo para a insegurança em Burkina Faso. Uma sociedade que era muito tolerante no passado tornou-se intolerante com os não muçulmanos. Isso é agravado pelos conflitos étnicos com dimensões religiosas. Como resultado, os convertidos e outros grupos cristãos estão enfrentando altos níveis de pressão. Se isso continuar, é muito provável que Burkina Faso se torne um Estado ainda mais perigoso e frágil.

Com informações Portas Abertas

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