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terça-feira, 30 abril 2024

Morte repentina de cantor liga alerta sobre o coração

Durante o momento em que cantava, o cantor Pedro Henrique passou mal e caiu desacordado. Ele chegou a ser socorrido e levado para uma policlínica da região, mas não resistiu. Foto: Reprodução redes sociais

O doutor Melchior Luiz Lima, um dos maiores cirurgiões cardiovasculares do Brasil, dá sua versão do que poderia ter causado a morte do artista e faz um alerta

Por Cristiano Stefenoni

A morte repentina do cantor gospel Pedro Henrique, de apenas 30 anos de idade, no último dia 13, levantou uma questão sobre a morte-súbita. Como o primeiro laudo extraoficial do Instituto Médico Legal (IML) não definiu a causa da morte, inclusive, sobre um provável infarto, o doutor Melchior Luiz Lima, um dos maiores cirurgiões cardiovasculares do Brasil, acredita que a vítima possa ter sofrido uma forte arritmia cardíaca.

“Se foi descartado um infarto fulminante ou um AVC, a morte súbita pode ter sido de origem cardíaca elétrica, ou seja, uma arritmia descontrolada. Ela faz o coração parar de bater subitamente, a pressão arterial desaba e a pessoa cai. Em quatro ou cinco minutos o cérebro morre”, explica o médico.

Outro fator importante apontado pelo cardiologista, e que apenas um laudo completo do IML poderá determinar, é se o cantor fazia uso de algum medicamento que pode ter agravado um problema pré-existente. Segundo o médico, o cantor poderia sofrer de uma miocardite e nem sabia, pois se trata de algo detectado apenas com exames específicos.

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“A miocardite é uma inflação que acontece no miocárdio, que é a parede do coração. Ela pode ser causada por diversos fatores como infecções virais, como uma gripe forte ou a Covid-19”, explica. Para o doutor Melchior, ainda não está descartada uma relação entre o pós-pandemia, as vacinas e os casos de problemas cardíacos em todo o mundo.

“Há muitos casos de miocardite aguda acontecendo no mundo nesse período pós-vacina e pandemia. A própria Pfizer já emitiu nota admitindo essa possibilidade e orientando a todos que sentirem alguma coisa, que procurem um hospital”, afirma.

Paralelo a isso, o cardiologista aponta outros fatores que têm aumentado o índice de problemas cardíacos na população. “Os vasos sanguíneos das pessoas estão cada vez mais inflamados. Isso pode ser devido a vários fatores, como vida estressante, sedentarismo, metais pesados nos peixes, agrotóxicos nas frutas e verduras, entre outras substâncias nocivas nos alimentos industrializados que vão envenenado o nosso corpo aos poucos”, alerta o médico.

Prevenção diminui riscos de morte

O doutor Melchior Luiz Lima explica que a fatalidade em problemas do coração poderia ser evitada com exames periódicos. Ele lembra que é muito difícil detectar um problema cardiovascular sem um exame preciso. “Às vezes a gente acha que não tem nada, que está tudo bem, mas o problema está lá escondido”, diz.

E completa: “Essas avaliações variam de uma pessoa para outra, conforme a idade e o estilo de vida de cada um. Se houver histórico de infarto ou de morte súbita na família é preciso ter ainda mais cuidado. Quem é hipertenso, deve procurar o médico a cada três ou quatro meses. Se for jovem e saudável, a cada seis meses ou um ano. Pessoas idosas, a cada quatro meses”, orienta o médico.

Fique atento aos sinais do corpo

O cardiologista afirma que a morte do cantor poderia ter sido evitada se ele fizesse exames regulares e no local do show houvesse equipamentos próprios como um desfibrilador e um profissional treinado em ressuscitação. Além disso, os próprios amigos do cantor afirmaram que ele havia reclamado de cansaço, o que leva o médico a alertar para os sinais que o corpo apresenta.

“Fique atento a algum sinal anormal, uma pressão estranha no peito, um batimento cardíaco estranho, falta de ar, cansaço anormal e qualquer dor torácica, na boca do estômago, nas costas e na coluna. Até uma dor na mandíbula, que às vezes parece ser uma dor de dente, pode ser um sinal de infarto”, alerta.

Por outro lado, ele orienta as pessoas a não criarem “problemas” onde não existem e evitarem consultar o Google como se fosse um médico. “O pânico e o medo também são outras doenças graves. As pessoas querem entender de tudo, mas muitos não sabem o básico. Procurar um médico ainda é o caminho mais seguro para a saúde”, finaliza.

Sobre a morte do cantor

O cantor gospel Pedro Henrique, morreu na quarta-feira (13), aos 30 anos. Ele passou mal enquanto se apresentava em um evento religioso privado, em Feira de Santana (BA). O artista chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Sua agenda incluía shows até o final de dezembro, sendo dia 20 no Rio de Janeiro e nos dias 16 e 31, em São Paulo. Ele deixa a esposa e uma filha de apenas um mês de idade.

Com quase 1 milhão de seguidores no Instagram e 288 mil ouvintes mensais no Spotify, o cantor era uma pessoa ativa nas redes sociais. Sua música “Descendência” possui mais de 24 milhões de visualizações no YouTube, canal onde tem cerca de 590 mil inscritos. A fatalidade repercutiu rapidamente nas redes. unicado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Feira de Santana, o cantor Pedro Henrique havia chegado de São Paulo para uma apresentação em um culto religioso privado, em uma casa de eventos no bairro Ipê, em Feria de Santana, na Bahia. Segundo relatos de amigos próximos, o cantor havia se queixado de cansaço horas antes da apresentação.

Durante o momento em que cantava, Pedro passou mal e caiu desacordado. Ele chegou a ser socorrido e levado para uma policlínica da região, mas não resistiu. De acordo com uma nota divulgada da Polícia Civil da Bahia, ainda está sendo aguardado o laudo da causa da morte.

Vida dedicada à música

Formado em Sistemas da Informação e fenômeno das redes sociais, Pedro Henrique nasceu em Ubaitaba, no sul da Bahia. Ele era filho único de pais evangélicos e, aos três anos de idade, começou a cantar. Ainda criança, sua família se mudou para Barueri, em São Paulo, e mais tarde, retornou para o estado baiano, dessa vez, para morar em Porto Seguro.

Mas foi em 2015 quando começou a se dedicar profissionalmente à música. Ele ficou conhecido por postar vídeos covers de cantores gospel no YouTube. Seu primeiro single, “Nunca Falhou” foi lançado em 2019, e o primeiro disco como profissional, intitulado “Acústico Vol. 6”, saiu em 2021. Atualmente, o cantor morava com a sua esposa Suilan Barreto e a filha Zoe, de um mês de idade, no Rio de Janeiro.

Assista o cantor Pedro Henrique interpretar “Descendência” 

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