É preciso criar estratégias criativas, mas que façam sentido para o público que se deseja alcançar com as Boas-Novas do Evangelho
Por Patricia Scott
Um dos propósitos estabelecidos pelo Senhor é a propagação do Evangelho nas cidades. O apóstolo Paulo, por exemplo, teve o ministério voltado para a evangelização da população estabelecida nos grandes centros urbanos da época.
As cidades são complexas, dinâmicas, que estão em constante transformação. Por todos os lados, há milhares de pessoas com as mais diversas necessidades, sejam espirituais, físicas, emocionais, mentais e materiais. As pessoas estão aflitas devido ao mais variados problemas ocasionados pela estressante e corrida vida moderna das metrópoles.
“Missão Urbana aponta para as necessidades da cidade a partir de uma compreensão que é o lugar da missão de Deus, que tem desafios peculiares”, ressalta o pastor Sinval Jr., da Nossa Igreja SP. Isto porque, segundo ele, é preciso levar em consideração vários aspectos, como linguagem, cultura, abordagem, valores, tribos. Por outro lado, “em uma sociedade em que tudo é normalizado, as pessoas não se enxergam como pecadoras. Então, não tem do que se arrepender. Logo, não precisam de um salvador”.
A partir desse contexto, percebe-se a configuração de um grande desafio para os envolvimentos em Missões Urbanas. Por isso, o pastor Sinval considera que um dos principais caminhos para a realização dessa obra é o do relacionamento a partir da construção de uma amizade, que gera confiança. “As pesquisas indicam que o número de indivíduos que aceitam Jesus e ficam firmados na fé é bem maior quando eles são alcançados por pessoas próximas, e não a partir de folhetos, cruzadas ou programas de rádio, por exemplo”.
No entanto, o pastor Sinval destaca que ao desejar alcançar uma pessoa para Jesus é importante deixá-la à vontade, de modo que ela se sinta parte do grupo. O acolhimento sem julgamentos e preconceitos é fundamental, de acordo com ele. “É importante que o próprio indivíduo perceba que precisa de Jesus. Isso acontecerá a partir da convivência com os evangélicos, que com testemunho estarão anunciando o amor de Jesus”, pontua.
O pastor Sinval Jr. observa ainda a necessidade de ações consistentes e transformadoras por parte da igreja, que possam gerar também relacionamento. Desse modo, é preciso criar estratégias criativas, mas que façam sentido para o público que se deseja alcançar com as Boas-Novas do Evangelho.
As iniciativas podem abranger as mais diferentes áreas: esporte, arte, música, negócio, cultura e ainda muitas outras. No entanto, Sinval é taxativo ao afirmar que deve ser oferecido às pessoas proposta de qualidade. “Se na área esportiva, que o espaço seja adequado, haja professores especializados, e os atletas participem de competições, troquem de faixa”.
Por isso, ele orienta primeiro a liderança escolher o público-alvo e, depois, desenvolver o planejamento das ações com propostas viáveis a partir da realidade da igreja. “Não adianta somente observar a demanda social. É preciso junto a ela alinhar o processo de evangelização, ensino e discipulado. Caso contrário, será apenas assistencialismo”, analisa o pastor Sinval, que acrescenta: “No entanto, se a pessoa for atendida de maneira integral, ela, de fato, se tornará discípula de Jesus e multiplicadora do Evangelho”.
Cristo é o maior especialista em fazer missões nas cidades, já que Ele transitava por elas. Jesus não somente pregava o arrependimento e a chegada do Reino de Deus, mas observava as necessidades integrais do ser humano. “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” (Mateus 9.36). Realidade nada diferente dos dias atuais. Assim, a presença da igreja nos centros urbanos é fundamental e decisiva para alcançar os aflitos. Ore, ouça, testemunhe, seja criativo e estrategista.
