O Ministro Milton Ribeiro, personagem central do escândalo de um gabinete paralelo de pastores no MEC pediu demissão. A distribuição de Bíblias com fotos do ministro agravou o problema
Por Lilia Barros
Assim que for publicada no “Diário Oficial da União” a demissão do ministro da Educação, Milton Ribeiro, o inquérito do qual ele é alvo no STF (Supremo Tribunal Federal) deve ir para a 1ª instância do Judiciário.
O ministro entregou uma carta comunicando seu pedido de demissão e dizendo que “sofreu uma grande transformação” desde a divulgação de um esquema de favorecimento a pastores dentro do MEC.
“Vergonhoso”
Pouco antes de deixar a pasta, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), chamou de “vergonhoso” a distribuição de exemplares da Bíblia com fotos do ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. O caso aconteceu no ano passado, em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis (PA).
“É vergonhoso ver um pastor misturar o sagrado com o profano. Nós evangélicos não aceitamos mistura da igreja com o Estado. Essa atitude é totalmente reprovada, a Igreja é muito maior do que a política”, afirmou o deputado.
A denúncia de que o ministro dividiu o comando do MEC com os dois pastores, que são acusados de cobrar propina de prefeitos em troca de liberar recursos na pasta, deu início a uma polêmica envolvendo a imagem dos evangélicos até culminar no pedido de demissão.