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quarta-feira, 1 maio 2024

Inflação nas alturas: e as igrejas, pagam ou apagam?

Foto: Reprodução

Em entrevista, o professor Rodrigo Coutinho, Financista, Especialista em Organizações Religiosas e Filantropia, responde o questionamento sobre como à inflação pode afetar às igrejas. Confira!

Por Victor Rodrigues 

O que aconteceu com a inflação neste mês? Já deveríamos esperar a escalada da inflação dado aos reflexos da pandemia e inclusive das medidas, necessárias, para conter os reflexos do lockdown.

Contudo na prática, a inflação surpreendeu a todos. Desde o governo, empresas até a população. Não havia expectativa para essa escalda tão forte nos preços. Ela atingiu 8,99% no acumulado de 12 meses, contra aproximados 2,5% no ano anterior e enquanto a meta para este ano era de 3,75%.

Quais foram os itens que mais pesaram no bolso dos brasileiros? Em especial o que chamamos em finanças dos “preços administrado”, ou seja, aqueles em que há gerência de órgãos reguladores. No caso, ocorreu significativo aumento em combustíveis e também na energia elétrica que aumentou mais de 50%, e puxou para cima os preços dos medicamentos.

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Inflação nas alturas: e as igrejas, pagam ou apagam?
Professor Rodrigo Coutinho, Financista, Especialista em Organizações Religiosas e Filantropia. Foto: Arquivo pessoal

Igrejas e a inflação

Em entrevista, o professor Rodrigo Coutinho, Financista, Especialista em Organizações Religiosas e Filantropia, responde o questionamento sobre como à inflação pode afetar às igrejas. Ele é responsável fiscal pelas Juntas de Missionárias Nacionais e Mundiais da Convenção Batista Brasileira, seus seminários teológicos nacionais, e outros.

 

O que explica a alta forte dos combustíveis e da energia elétrica?

No caso da gasolina especificamente, normalmente ele é influenciado pelo câmbio e pelo preço do barril do petróleo. Contudo embora o preço do barril encontra-se controlado e o cambio valorizado o real, a nossa gasolina no Brasil há adição de álcool, derivado da cana de açúcar, e como pode perceber-se nas prateleiras dos mercados o açúcar escalonou alta inflacionaria significativa, implicando em aceleração dos preços da gasolina.

Você vê impacto da inflação afetando diretamente às igrejas?

Sim. A inflação é um fenômeno macroeconômico, ou seja, afeta o todo da economia e seus agentes. Logo, os fiéis estão acometidos no mesmo cenário. Por exemplo: além do que já citamos sobre os itens que tem puxado a inflação para cima, temos que a alimentação não está aumentando tanto em relação ao ano anterior, contudo, ela já vinha muito alta e isso sacrifica a todos, mas especialmente as famílias de renda até 5 salários mínimos. Ao impactar diretamente o poder de consumo das famílias especialmente em produtos essenciais, como alimentos, energia elétrica, combustíveis, medicamentos , e outros, é natural uma desproporcional redução dos dízimos e ofertas , base de sustentação das igrejas.

E ainda há o aspecto socioemocional aonde a “depressão” social causada pelo desconforto inflacionário, leva a um comportamento e desanimo com consequências não participativa e naturalmente não contributiva. Concomitante à possível redução de receita, há ainda o fator do aumento de custo das igrejas, visto que agora retornou-se aos cultos presenciais aumentando o consumo de energia elétrica, por exemplo, conta relevante nas despesas das igrejas, num momento em que a energia elétrica se transformou num dos principais vilões do índice inflacionário, dado à crise hídrica do país. Desta forma, sustento que às igrejas prevejam um próximo trimestre de relativa prudência em suas contas.

Porque vc refere-se apenas à um trimestre? Vc acredita que vai melhorar?

Sim. Acredito em melhora ainda nesse próximo trimestre, contudo os reflexos se darão mais para o final do ano, a partir de novembro. O governo está fazendo o dever de casa, como no controle dos juros Selic, e cambio também tem ajudado com a valorização do real, e aposto ainda numa reação econômica aumentando a oferta de empregos.

Hoje estamos com inflação acumulada na ordem de 9% e acreditamos que ela encerre o ano bem acima do esperado que era de 3,75%, porém comece o movimento de recuo em elação ao tempo atual, caído para cerca de 6%. Já para as igrejas esses fatores, como a empregabilidade, tem impacto diretamente e quase imediato na arrecadação delas.

Os membros podem fazer alguma coisa para tentar conter o impacto da inflação sobre eles?

Sim, sempre. Evitar comprar em excesso mesmo compra de supermercados, evitar grandes estocagens porque isso pressiona os preços ainda mais para o alto. No início da pandemia e a cada lookdown que houve a corrida para estocar alimentos com receio de um desabastecimento contribuiu muito para a subida dos preços nos mercados, agora é hora de revertermos esse movimento.

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