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sexta-feira, 26 abril 2024

Igrejas são obrigadas pelo governo chinês a fixar sinalização comunista

Foto: Reprodução Representativa

Anteriormente, as comunidades de fé com permissão para funcionar no país já eram pressionadas a colocar cartazes com os 12 Valores Socialistas Essenciais

Por Patricia Scott

Recentemente, o Departamento de Assuntos Religiosos da província oriental da China, Zhejiang, exigiu que todos os locais religiosos instalem símbolos comunistas nas entradas. Além disso, há ainda placas com os dizeres: ‘Ame o partido comunista, ame o país e ame a religião’. A China está em 16º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, elaborada por Portas Abertas, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

“Alguns crentes podem ficar mais confusos se estão indo a uma igreja ou a uma propriedade do governo. Os líderes da igreja também podem enfrentar um maior grau de interferência das autoridades, especialmente na tomada de decisões da igreja. O governo aparentemente está dando um passo adiante para formalizar o setor religioso. Mais locais religiosos ‘ilegais’ continuarão a ser reprimidos”, compartilha com preocupação Li*, que é especialista em perseguição e contato da Portas Abertas na China.

Segundo o pesquisador Yuhua*, parceiro da organização missionária no país, “agora é esperar para ver. Observaremos mais sobre o que acontecerá nos próximos dias e discerniremos nossos próximos passos”.

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Anteriormente, as igrejas com permissão governamental para funcionar na China já eram obrigadas a colocar cartazes com as palavras que declaram os 12 Valores Socialistas Essenciais. São elas: ‘prosperidade’, ‘democracia’, ‘civilidade’ e ‘harmonia’; os valores sociais de ‘liberdade’, ‘igualdade’, ‘justiça’ e o ‘estado de direito’; e os valores individuais de ‘patriotismo’, ‘dedicação’, ‘integridade’ e ‘amizade’.

As entidades religiosas são obrigadas ainda a hastearem a bandeira da China do lado de fora dos prédios. De acordo com Portas Abertas, a iniciativa é vista como o desejo e a determinação do Partido Comunista para a promoção do patriotismo à população. Dessa forma, o intuito é remover qualquer elemento ocidental percebido como ameaça à estabilidade do país.

Com mais restrições, além do aumento da vigilância governamental, os cristãos na China têm enfrentado intensa pressão. Como reflexo, diz Portas Abertas, muitas igrejas domésticas encerraram os encontros com grupos maiores e ainda passaram a dividir as reuniões com um número pequeno de participantes.

A organização missionária aponta ainda que as iniciativas virtuais das igrejas tornaram-se cada vez mais difícil. Isto porque as autoridades chinesas estão mais vigilantes quanto às atividades online. Dentro desse contexto, vários cristãos foram presos e condenados. Muitas vezes, de acordo com Portas Abertas, eles eram acusados de operações comerciais ilegais, fraude e também de agirem contra a segurança do Estado, ou ainda em termos vagos de “criarem problemas”.

*nomes alterados por motivos de segurança 

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