Elas modernizam o ambiente e apostam em tecnologia e linguagem descontraída para propagar o Evangelho às novas gerações
Por Patricia Scott
Ao longo dos anos, a igreja tem passado por muitas transformações. Neste século 21, as comunidades de fé estão cada vez mais tecnológicas, investindo em detalhes e dinâmicas para atrair cada vez mais jovens.
Diante de uma juventude diversificada em estilos, as lideranças têm adotado várias iniciativas com o intuito de atender às preferências do público-alvo para a construção de vínculos com a fé. Dentro desse contexto se encaixa nova identidade visual, linguagem descontraída, diversidade musical, além do enfoque em dança, teatro, esporte. Isto, claro, sem abrir mão da genuína essência do Evangelho.
Luzes e som
Luzes baixas, paredes escuras, iluminação descontraída podem ser vistas em templos religiosos. , como o da Igreja Dimensão em Campo Grande, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Projeções, telas de led e luzes neon atraem uma geração que deseja se aproximar de Deus dentro de uma nova dinâmica.
Antes da ministração da Palavra de Deus, a ministério de louvor prepara as músicas, que são acompanhadas por luzes coloridas. Os bancos não são fixos no chão, o que permite que os jovens possam expressar o sentimento com o corpo, dançando enquanto ouvem e cantam louvores.
Esses aspectos – que envolvem questões estruturais, como palco, luz, sonorização e acústica para igreja – têm sido uma preocupação cada vez maior para os líderes. Isto porque o ambiente faz toda diferença para a fidelização do jovem no meio eclesiástico.
Linguagem descontraída
A linguagem a ser utilizada na abordagem faz toda a diferença. Por isso, Na Igreja United, do Rio de Janeiro, por exemplo, as pessoas são recebidas na porta do templo com cartazes, frases bíblicas, balões de festas e sorrisos.
O estilo descontraído e a linguagem diferenciada levaram o surfista e militar Lohan Tassona, 26 anos, a retornar para a igreja. Após alguns anos, o jovem voltou a ter interesse pela igreja. A mudança de atitude aconteceu após ele descobrir um templo, onde o púlpito é uma prancha de surfe e os louvores em ritmo de reggae.
“Cresci indo à igreja evangélica com meus pais, mas acabei me afastando por falta de identificação. Um dia estava olhando o Facebook, encontrei algumas publicações sobre a Igreja Bola de Neve. Resolvi visitar. Chegando lá, percebi que o ambiente era diferente, a linguagem que o pastor usava para falar de Cristo era descontraída. A maioria das pessoas era jovem que, mesmo tendo tatuagens, piercings e cabelos coloridos, eram aceitos, diferente de outros lugares que já frequentei”, compartilha.
Outras denominações também inovam no espaço dos cultos. A Igreja no Cinema (INC), em Curitiba (PR), recebe os fiéis em uma sala de projeção dentro de um shopping center. A ideia é levar o Evangelho para outros lugares e romper as barreiras daqueles jovens que não ir aos tradicionais templos religiosos.
Tecnologia e igreja
A combinação tecnologia e igreja chegou para ficar. As novas ferramentas são utilizadas para tornar os cultos mais modernos e interativos. Em diversos templos religiosos, inclusive, os membros utilizam o celular para confirmar presença no culto, contribuir com o dízimo e acompanhar a leitura da Bíblia.
As igrejas também investem bastante nas redes sociais. As publicações são freqüentes. Com criatividade e interatividade, elas atingem principalmente as gerações mais novas. Nas mesmas plataformas, algumas apostam em filtros personalizados no Instagram e trends no TikTok para divertir e engajar os fiéis.
Há ainda os aplicativos que criam metaversos para igrejas. Nesses espaços virtuais, é possível assistir cultos ao vivo, conversar com outros membros, ofertar livros, realizar inscrição em eventos e em diferentes atividades tanto no espaço interativo quanto no presencial.
