Obras de reforma são fundamentais no cuidado da aparência do templo e no conforto dos fiéis. Mas é importante estar atento para não haver prejuízos

Por Cristiano Stefenoni

Cuidar da estrutura física da igreja é mais do que uma obrigação. É um privilégio, afinal, Deus merece o melhor em todos os âmbitos da adoração, inclusive, em relação ao patrimônio. Mas fazer uma reforma não é algo tão simples. Exige planejamento, mão de obra qualificada, licenças municipais e estaduais, e claro, o mais importante, recursos financeiros. Nessas horas, por onde começar?

De acordo com o presidente da Igreja Batista Atitude no Espírito Santo, pastor Bruno Caetano Simplício, a primeira coisa a se fazer é orar para que Deus dê a orientação certa nessa empreitada. Em seguida, ele explica que é importante fazer um planejamento detalhado para ter uma ideia da real necessidade das obras e dos seus custos.

“Antes de qualquer ação vem a oração e a confirmação do Espírito Santo. Após isso, é necessário ter profissionais que atestem a necessidade da obra, o planejamento dos serviços, do tempo e dos custos para que, então, a igreja seja mobilizada para contribuir”, ressalta Simplício.

Para o pastor, a morosidade na execução dos projetos relacionados a construção civil é o que costuma desanimar algumas igrejas na hora de fazer uma reforma, ou seja, alguns templos começam uma obra, mas não terminam nunca.

“No Brasil, geralmente planejamos em seis meses e levamos cinco anos para terminar o que começamos. Já em países como o Japão, por exemplo, o planejamento é longo, mas a execução é rápida e eficiente”, justifica.

Do ponto de vista financeiro, o pastor Bruno lembra que a igreja precisa ter algum caixa mínimo para projetos de expansão, mas os membros não podem contar apenas com esse valor, visto que obras estruturais costumam gastar mais do que o previsto e será necessário um compromisso de fé para que o projeto seja concluído.

“Como igreja, o fator fé sempre faz parte dos grandes projetos. Eu costumo dizer que uma igreja só entende o que é depender de Deus, quando assume um desafio maior do que o seu orçamento. Se não houver todos os recursos para a obra, pode-se fazer campanhas de contribuição com valores pré-definidos, por um período específico”, orienta.

O pastor enfatiza ainda que, além do planejamento e do orçamento, é preciso ter coragem para fazer o projeto sair do papel. “Se esperarmos ter todos os recursos para começar, provavelmente não começaremos a maioria dos projetos que Deus nos chama a viver. Os custos das obras são de responsabilidade da igreja local. Agora, se ela é parte de um grupo de igrejas com caixa único ou com um centro de custos ordenado, pode receber recursos que venham de fora”, finaliza.

Antes de iniciar uma reforma estrutural na igreja

Oração

Ore a Deus buscando orientação para os projetos de reforma. Toda a igreja deve se comprometer em dedicar tempo a oração para que o Espírito Santo oriente o que deve ser feito.

Avaliação

Faça uma avaliação criteriosa. Qual o objetivo da reforma? Ampliar o espaço para os membros? Melhorar as condições atuais? Dar mais conforto a quem possui alguma necessidade especial? Facilitar a mobilidade? Essa obra é realmente necessária? Se for, quais as maneiras de fazê-la com qualidade, mas sem exagerar nos gastos?

Orçamento

Prepare um orçamento. Aqui é fundamental a presença de um engenheiro civil, um arquiteto e até um mestre de obras para que, juntos, possam ser colocados no papel todas as despesas prováveis e improváveis: custos com o projeto, mão de obra, materiais, impostos, alimentação, diretos trabalhistas se for o caso, entre outros gastos.

Prazo

Determine prazo. Não existe algo mais frustrante e custoso do que uma obra que não termina nunca. Isso desanima, inclusive, quem está ajudando financeiramente, já que não consegue ver progresso no que está sendo investido. É preciso deixar muito claro para os responsáveis pela obra sobre o prazo da entrega.

Fiscalização

Obras que envolvam a área da construção civil precisam estar devidamente regularizadas junto aos órgãos competentes: prefeitura, estado, Corpo de Bombeiros, órgãos de fiscalização de engenharia e arquitetura, entre outros.

Recursos

Nada é de graça. Tudo tem custo. E quando o assunto é reforma, um valor estipulado pode vir a triplicar em relação aos custos originais. A igreja pode até ter um valor reservado em seu caixa para reformas, mas não pode contar só com isso. É preciso conscientizar os membros para que façam um pacto de compromisso financeiro para que as obras na casa de Deus sejam feitas da melhor maneira possível, com a qualidade que o Senhor merece.

Algumas campanhas para arrecadação financeira também são bem-vindas, mas sempre seguindo os critérios determinados por cada igreja. Importante lembrar que nenhum projeto que envolva recursos pode ser feito sem autorização prévia da comissão da igreja, juntamente com o aval do pastor. Cada centavo gasto na obra deve ser apresentado aos membros como forma de prestação de contas.