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quinta-feira, 2 maio 2024

Eu me importo

Gostaria de basear nossa conversa num texto de Lucas conhecido como “A Parábola do Bom Samaritano”. Bem que a gente poderia chamá-lo de “A Parábola do Mau Levita” ou “A Parábola do Mau Sacerdote” e, ainda, “A Parábola dos Maus Religiosos”. A referência é Lucas 10:30-35.

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas publicou a ABNT NBR ISO 26000 Diretrizes sobre responsabilidade social. Particularmente, eu tive o privilégio de participar de um dos grupos mundiais que discutiu a formulação de uma norma específica para o tema. Na página 7, lemos que “a responsabilidade social envolve uma compreensão mais ampla das expectativas da sociedade”. Um princípio fundamental da responsabilidade social é o respeito pelo Estado de direito e pela conformidade com requisitos legais.

A responsabilidade social, entretanto, também implica ações que vão além da conformidade legal e do reconhecimento de obrigações para com os outros que não sejam exigências legais. Essas obrigações provêm de valores éticos e outros valores amplamente aceitos”.

Do ponto de vista das organizações, desenvolver práticas socialmente responsáveis apenas porque há uma pressão legal ou social pode não representar que aquela instituição é socialmente responsável, pois se não fossem os constrangimentos legais ou sociais, provavelmente tais ações se dariam de outra maneira. Outra forma de se ter essas práticas não sinceras é quando a organização está buscando tão somente expiar seus pecados organizacionais; aliás, um bom presentinho pode aplacar a ira social.

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Recentemente, vimos uma matéria jornalística sobre a questão da ocupação dos assentos dos coletivos destinados a passageiros idosos, mulheres em estado de gravidez, etc. Tenho observado que pessoas fora deste perfil sequer se prestam a cumprir os requisitos legais, ou seja, ocupam aqueles espaços e “fingem que dormem”, fazem “cara de paisagem” ou agem como verdadeiras “caras de pau”, dentre outros atitudes. Tenho saudades dos tempos antigos em que eram mais comuns as “palavrinhas mágicas” e os gestos de cortesia. Acabo me lembrando de que “gentileza gera gentileza”, principal mensagem de alguém que tive o privilégio de ver atuar nas ruas do Rio de Janeiro e nas barcas da travessia Rio-Niterói.

Ainda sobre a reportagem, há cidades brasileiras que determinaram, por lei, que todos os lugares dos ônibus são destinados a pessoas em condições especiais, mas, ainda sob o aio de leis. Como seria bom se não dependêssemos mais de leis que nos constranjam a fazer o que é certo, a sermos gentis, a respondermos aos clamores sociais de uma forma mais espontânea, mais natural.

Ops! Do que mesmo a gente começou a falar? Ah, sim! Da “Parábola do Mau Sacerdote”. É muito fácil migrar de um comportamento indiferente para um jeito de se relacionar sob o signo do amor. Bastam um clique, uma mudança de atitude, uma declaração: “Eu me importo”. Nisso pensai!

João Carlos Marins é pastor e Especialista no tema “responsabilidade social”

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