Conheça o testemunho de mulheres que são ajudadoras de líderes cristãos em regiões onde há perseguição religiosa
Por Patricia Scott
As esposas de pastores acolhem as lágrimas secretas dos líderes cristãos, apoiando-os nos momentos de vulnerabilidade. Isto porque, muitas vezes, não é possível expor os temores e dores do marido para não afetar o desenvolvimento espiritual dos membros da comunidade de fé.
As esposas de pastores costumam liderar as igrejas locais quando o marido é agredido, preso e até morto nos países onde há perseguição aos cristãos. Elas são auxiliadoras e apoio mesmo quando a decisão de seguir e pregar o Evangelho de Jesus é sinônimo de colocar a família em risco.
O mês de março é marcado Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), e também pelo Dia da Esposa de Pastor, que é celebrado no Brasil no primeiro domingo de março. Para reconhecer e agradecer a Deus pela vida dessas mulheres, que auxiliam o marido não apenas em questões relacionados à família, mas também à igreja, Portas Abertas destaca três histórias de cristãs que dedicam a vida à família e a causa do Evangelho.
Índia
No país hinduísta, Asha* e o pastor Krishna* pagam um preço alto por seguirem a Jesus. Eles têm presenciado muitas pessoas se converterem ao cristianismo e a perseguição aumentar desde que abriram uma pequena igreja e começaram a compartilhar o amor do Senhor.
Extremistas invadiram a igreja e acusaram o pastor de forçar a conversão das pessoas. O episódio aconteceu durante um culto de domingo. O líder religioso foi levado para a rua pelos agressores, que começaram a agredi-lo.
Asha tentou salvar o marido do linchamento. No entanto, também foi atacada pelos radicais hindus. “Não fazia muito tempo que havia feito uma cirurgia no estômago e os pontos não estavam completamente cicatrizados. Os extremistas me empurraram e me chutaram perto da área da cirurgia e eu comecei a sangrar. Mas eu podia ver meus filhos chorando e gritando e tive que deixar de lado minha dor e cuidar deles e de meu marido”, testemunha.
Irã
Em 2022, Anahita* foi detida junto com o marido, o pastor Abdolreza Matthias, no norte do Irã, durante um culto de Natal. O casal teve a casa invadida, computadores e materiais cristãos confiscados. Ela foi interrogada e encarcerada na prisão de Lakan.
A prisão é parte da vida de Desde que decidiu deixar o islã para seguir a Jesus, a prisão tem feito parte da vida de Anahita. Caso as acusações de apostasia fossem formalizadas, ela poderia ser sentenciada à morte.
Em janeiro, a esposa do pastor, após o pagamento da fiança de quatro mil dólares, foi libertada. No entanto, ela ainda é acusada de fazer “propaganda contra o sistema” e “perturbar a ordem pública”. O marido da cristã permanece detido.
República Centro-Africana
O marido de Dama, o pastor Jean Ramadan, morreu durante um ataque de extremistas na vila de Tiri, na República Centro-Africana, em 2021. Desde então, ela tornou-se responsável pela sobrevivência dos nove filhos. No entanto, toda pressão não foi capaz de impedir que toda a família vivenciasse a provisão do Senhor.
Dama e os filhos fugiram para Ndele. Localidade em que recebeu ajuda emergencial da Portas Abertas. Com o suporte recebido da agência missionária, a seguidora de Jesus construiu uma pequena casa. Na propriedade, ela passou a cultivar e vender alimentos, como feijão e mandioca.
“Agradeço a todos os meus irmãos e irmãs cristãos que nunca me viram. Após a perseguição que sofri quando meu marido foi assassinado, vocês me apoiaram financeiramente. Que o Senhor conceda três vezes mais a graça que recebi”, afirma Dama cheia de gratidão.
* Os nomes foram alterados por questão de segurança.
