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quinta-feira, 2 maio 2024

Especialista destaca verdades e mitos sobre o bullying

Foto: Reprodução

A prática desencadeia consequências que podem ser devastadoras para a saúde mental de crianças e adolescentes

Por Patricia Scott

O bullying é uma realidade, principalmente entre crianças e adolescentes. A prática é caracterizada por atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. Não à toa, o termo é derivado da palavra em inglês “bully”, que significa tirano, brutal.

“O bullying causa sentimentos de tristeza e inadequação e o contato com esse tipo de agressão pode acarretar traumas capazes de afetar seriamente o desenvolvimento de crianças e jovens por toda a vida”, destaca o psicólogo Filipe Colombini.

Desse modo, o bullying desencadeia consequências que podem ser devastadoras para a saúde mental de longo prazo de crianças e adolescentes. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) apontam que mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram ao Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) já ter sofrido com as práticas de bullying, de provocação e de intimidação.

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Nesta semana, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola chamou a atenção de pais, educadores e a sociedade sobre a necessidade do enfrentamento dessa problemática social. A data, 7 de abril, foi escolhida, porque neste dia ocorreu o massacre de Realengo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, um rapaz de 23 anos, que sofreu bullying na infância, entrou em uma escola e matou 12 crianças. O ataque chocou o país.

Conheça alguns mitos e verdades sobre o bullying

1) Bullying faz parte da infância e adolescência. Mito! É comum as pessoas considerarem as práticas do bullying naturais no universo de crianças e jovens, encarando-as como “brincadeira de criança”. Bullying não é brincadeira. “Ferir alguém, física ou emocionalmente, nunca é engraçado e deve ser encarado com seriedade”, pontua o psicólogo.

2) Bullying é uma ação isolada e individual. Mito! No bullying, os papéis dos envolvidos são dinâmicos e todos têm sua parcela de responsabilidade. “É comum que a vítima também cometa episódios de bullying e o agressor certamente já sofreu algum tipo de agressão, seja física, psicológica ou moral”, explica Colombini, acrescentando que “os espectadores também não são neutros. Eles podem atuar tanto no sentido de incentivar a agressão, como prestando suporte à vítima, então este é um ato coletivo, com raízes nas vivências de cada envolvido”.

3) O cyberbullying é menos nocivo do que o bullying presencial. Mito! O bullying praticado no ambiente virtual, em redes sociais, grupos online ou aplicativos de mensagens, tem potencial tão devastador ou até mais devastador do que o bullying presencial. “O cyberbullying pode ampliar ainda mais as ofensas e abusos, podendo levar a dificuldades e transtornos psiquiátricos, tais como: depressão, ansiedade, isolamento e até mesmo ao suicídio”, adverte o especialista.

4) O bullying tem efeitos de longo prazo. Verdade! Segundo Filipe, as consequências do bullying ao longo da vida englobam prejuízos acadêmicos, impactos nas relações interpessoais e autoestima, insônia severa e maior propensão ao surgimento de transtornos como ansiedade e depressão. “A intervenção precoce, tanto com relação às vítimas quanto aos autores, pode reduzir os riscos de danos emocionais tardios e por isso é tão importante”. .

5) A escola deve ser ativa no combate ao bullying. Verdade! De acordo com Colombini, não é incomum que as escolas não dêem a devida atenção ao bullying. Quando, por exemplo, ocorrem agressões ou até mesmo um suicídio na escola, o problema é tratado, mas não o que está por trás o bullying. “Estas instituições, dessa forma, acabam reforçando o bullying, ainda que não tenham plena consciência disso”, diz Filipe.

Ele assevera que “o papel da escola é fundamental na promoção de ações individuais e coletivas, para remediar e prevenir o bullying”. Colombini destaca ainda que a escola deve ser avisada, quando há a constatação das agressões.

“Além disso, o acolhimento à vítima é fundamental e o acompanhamento psicológico, assim como a orientação parental, tem impactos positivos para ajudar a toda a família nessa situação”, conclui o psicólogo.

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