Projeto da Sociedade Bíblica leva a esperança de Cristo para comunidades carentes, onde menores são aliciados por gangues criminosas
Por Patricia Scott
A Cidade da Guatemala é marcada pela pobreza e a marginalidade, principalmente em bairros pobres da Região Metropolitana. Muitas famílias migraram do campo para a capital da Guatemala para proteger crianças e jovens da influência das gangues.
“As gangues tentam atrair os meninos”, detalhou Annalise Palma, da Sociedade Bíblica da Guatemala (SBG), acrescentando que “os pais não deixam os filhos sair à noite porque é muito perigoso; mesmo que seja um culto, eles não vão”.
Os reflexos da violência impactam a juventude. Isto porque muitos estudantes da área metropolitana da Cidade da Guatemala abandonam a escola aos 14 anos. Outro agravante é que crianças e adolescentes enfrentam a escassez de materiais didáticos, como, por exemplo, livros e computadores.
Desse modo, para combater o aliciamento de menores ao mundo do crime, as escolas públicas promovem o estudo da Palavra de Deus a partir do programa da Sociedade Bíblica: “Open the Book” [“Abra o Livro”]. Assim, além de estudarem a Palavra, os alunos assistem a peças teatrais que destacam histórias bíblicas. Nas apresentações, as crianças cantam e dançam. O objetivo é que aprendam a ler e ainda os princípios morais das Sagradas Escrituras.
As escolas recebem a visita da equipe da Sociedade Bíblica da Guatemala (SBG), que apresenta o teatro, interage com as crianças, além de ministrar uma reflexão e orar com os estudantes. A diretora da Escola Pública El Mezquital, Evelyn Divas, compartilhou que alguns dos alunos são filhos de membros de gangues. Segundo ela, entre esses pais, alguns estão presos por assassinato, sequestro e extorsão.
“Sementes plantadas”
“Vejo este projeto como plantar uma semente, os convidando a viver uma vida boa. Eles podem nem entender isso agora, mas sei que um dia entenderão”, afirmou Divas, que acrescenta: “O programa de estudo bíblico na escola tem o propósito de mostrar uma realidade diferente da cultura das gangues”.
A aluna Alison Estefinea Gutierrez, de 11 anos, que perdeu três primos devido à violência das gangues, contou que as aulas da SBG tem impactado sua vida. “Ler a Bíblia me ajudou a perdoar e me tornei menos agressiva”.
Outra estudante da escola, Mayerly Martinez, comentou: “Morando aqui, você vê muitos conflitos e ouve tiros o tempo todo. Você se acostuma com pessoas sendo mortas. É assim que as coisas são”.
O grupo guatemalteco da Sociedade Bíblica conta com 50 funcionários, e mil voluntários para ajudar a levar os programas às escolas. Cesar Sanchez, gerente do projeto “Open the Book”, começou como voluntário. “Eu os conheci através do trabalho que realizam com crianças e em comunidades vulneráveis, e foi isso que me atraiu no trabalho que realizam”, disse ele, testemunhando que viu o programa fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes. Com informações Religion News Service