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quinta-feira, 2 maio 2024

Entrevista: Uma visão teológica sobre a mulher

Pastor Lourenço Stelia Rega. Foto: Divulgação

Nessa entrevista, o teólogo e pastor Lourenço Stelio Rega traz uma reflexão sobre a mulher na história da criação e do plano de redenção.

Por Lilia Barros

Como se deu a falsa ideia de submissão até a descoberta e empoderamento das mulheres? Quais as consequências disso para vida das mulheres? Existe uma saída do ponto de vista bíblico e teológico?

O teólogo, professor e pastor Lourenço Stelio Rega, de São Paulo, pontua as falsas ideias construídas sobre a mulher e mostra o caminho do resgate da imagem e papel para a qual foi criada.

Ele também cita mulheres na Bíblia que servem de inspiração para o universo feminino dos dias atuais. 

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Confira a entrevista:

Qual a sua visão sobre a performance da mulher na história da criação?

Depois do episódio que na Teologia se chama de QUEDA no Éden (Gênesis 3), o que ficou configurado na história humana foi uma atuação de poder e hierarquia em que a mulher se torna historicamente alguém que será considerada inferior hierarquicamente. E é o que vai se observando na história humana ao longo do tempo, a ponto de se criar uma espécie de misoginia. Assim, ao longo do tempo foi se instalando na cultura um estado de se colocar a mulher como um sub-ser ou um ser inferior ao homem.

É possível recuperar o que se perdeu com a queda no Éden?

Um dos pontos que precisamos recuperar é que com o Evangelho a criação é restaurada pelo menos posicionalmente ao estado pré-queda para aqueles que aceitam o Evangelho, em que havia uma liderança colegiada e colaborativa. Em Gálatas 3.28, temos esse ensino.

Assim, em um dos pontos que precisamos nos aprofundar é esse percurso de retorno ao plano da criação que foi interrompido pela rebeldia do ser humano após a criação.

Mas isso mudou com o tempo e a mulher se empoderou, certo?

Com o correr do tempo, e mais presentemente, a mulher foi descobrindo que também é humana, tem inteligência, tem condições de planejar a vida etc. Assim, foi descobrindo novos papeis na vida e na sociedade e se empoderando.

O estigma da rebelião, sem a ação do Evangelho, ainda continua de modo a se provocar, com esse empoderamento, conflitos com o homem. Isso, dentro da visão teológica, é a natureza decaída que acaba sendo como que a propulsora.

Qual o reflexo disso na mulher atual?

Se instala medos, conflitos e pressões sobre a mulher, que o Evangelho vem para trazer um caminho. Um dos pontos que precisamos compreender é que o Plano da Redenção providenciado por Deus não serve apenas para resgatar o indivíduo, o ser humano, mas recuperar toda criação e trazê-la de volta ao Plano da Criação que foi abandonado no Éden.

Poderia citar mulheres da Bíblia que nos inspira hoje?

Você tem diversos casos, Ester, Maria Madalena, Dorcas, Priscila que acompanhava seu marido Áquila. A amizade nestes casos em que é possível observar sinceridade, busca por manter relacionamentos sólidos, busca por alcançar objetivos, especialmente Ester, mas temos também o caso de Dorcas que tinha o espírito de generosidade. Maria Madalena demonstrava fidelidade, lealdade. Priscila sempre é mencionada junto com seu marido indicando também objetivos comuns.

São alguns casos que podem inspirar hoje a busca de uma vida significativa.

Como a Igreja pode melhorar sua performance no relacionamento com mulheres, considerando os diversos perfis e personalidades delas?

Em primeiro lugar necessitamos considerar que a mulher não é um ser sub-humano, é um ser humano que precisa ser considerada de forma humana, que possui alvos, objetivos na vida, que possui dons e talentos e que precisamos considerar na busca de oportunidade em servir na igreja.

Uma mulher necessita ser considerada alguém que tem o direito de desenvolver o seu projeto de via à luz dos ideais bíblicos também. A vida colegiada e colaborativa deve ser a tônica de um casamento equilibrado e funcional.

Além disso, a mulher em sua natureza própria tem maneiras diferentes em notar as coisas da vida, suas percepções, intuições, são importantes e devem ser consideradas um elemento importante na convivência. 

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