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quarta-feira, 1 maio 2024

Ansiedade infantil: quais os sintomas?

Foto: FreePik

Os pequenos não sabem expressar muito bem o que sentem, então é importante que a família perceba os sinais 

Por Patricia Scott 

O desenvolvimento infantil é formado por várias adversidades que podem desencadear uma série de sentimentos, como a ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela afeta até 3% da população com até 17 anos, o equivalente a oito milhões de crianças e adolescentes.

Além do medo e da preocupação, a ansiedade pode ser manifestada com irritação e raiva. Os reflexos podem ser sentidos, principalmente na queda no rendimento escolar, dores constantes de cabeça, isolamento, oscilações bruscas de humor, distúrbios do sono e alterações no apetite.

“Crianças que sofrem com ansiedade, sobretudo em níveis mais críticos, podem ter sua rotina comprometida de forma severa, afetando o desenvolvimento como um todo e impactando sua perspectiva de futuro”, alerta a psiquiatra .

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De acordo com a médica, a identificação dos sinais e a observação constante são fundamentais para que o pequeno receba o acompanhamento adequado. “A criança não consegue expressar muito bem o que está sentindo, então é importante que todo o seu círculo social, escolar e familiar saiba olhar para esta criança a fim de perceber que algo mudou e, também, que saiba como buscar ajuda”.

Cabe destacar, segundo Aline, a importância de conscientizar a população em geral sobre este problema enfrentado por muitas crianças. A psiquiatra ressalta a ansiedade entre as crianças se tornou ainda mais frequente após o longo período de isolamento imposto pela pandemia de Covid-19.

“Os pais, os professores da escola, do curso de inglês, o treinador da escolinha de futebol, os tios e avós, enfim, todos nós, precisamos priorizar o acolhimento e oferecer apoio e uma escuta ativa a fim de nos envolver nesta causa e ajudar a combater a crise de saúde mental que vivemos atualmente”, reforça Aline.

Diagnóstico correto

A psiquiatra explica que o transtorno pode se apresentar de formas distintas, em alguns casos complementares, como Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Ansiedade de Separação, Fobias sociais, Fobias específicas, Transtorno de Pânico ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático. O diagnóstico correto, portanto, dependerá da avaliação clínica e do histórico de cada criança.

Aline observa que as manifestações podem variar dentro dos padrões de sinais comuns, de acordo com a idade. “Por isso, qualquer pessoa que conviva com uma criança poderá observar mudanças em seu comportamento habitual.”

Assim, a psiquiatra explica que, conforme a faixa etária, é natural a criança apresentar reações de frustração, medo, tristeza ou angústia. No entanto, quando esses episódios forem desproporcionais em relação às situações vivenciadas e, principalmente, virem acompanhados de sofrimento intenso, é crucial procurar ajuda especializada.

“Reações como querer ir embora da escola antes do final da aula, um choro de arrependimento após uma crise exagerada, um medo intenso de apresentar trabalho em grupo, o autoisolamento e sintomas físicos como dor de cabeça, diarreia e perda de apetite por um longo período sem uma causa aparente, além de pânico diante de uma situação que antes era rotineira, estão cada vez mais frequentes e devem ser sinalizadas como sinais de alerta.”

Quando diagnosticada, a criança poderá receber o tratamento adequado que, além de minimizar os sintomas emocionais, também poderá favorecer o desenvolvimento e, até mesmo, construir uma melhor relação com a saúde mental e física. “O tratamento pode ser medicamentoso, quando há a necessidade, mas sempre deve incluir o acompanhamento psicológico, que ajudará a criança a adquirir os recursos que necessita para lidar com a ansiedade e identificar gatilhos”, avalia, acrescentando que a escola também tem um papel fundamental neste processo auxiliando a criança a se sentir compreendido e protegido para enfrentar esta fase.

A médica recomenta no enfrentamento à ansiedade infantil a prática de esportes, acompanhamento nutricional e realização de atividades de lazer. Essas inciativas podem contribuir para a ampliação do “bem-estar da criança, fator essencial no controle de crises de ansiedade”.

Confira alguns dos sinais destacados pela psiquiatra

– Picos de irritação extrema com coisas simples, como uma roupa que não serviu bem ou um evento que foi cancelado

– Crises de choro inesperadas, não relacionadas a eventos que habitualmente provocam esta reação

– Apatia, falta de interesse repentino em atividades que antes gostava muito

– Medo excessivo ou recusa para ir à escola ou a atividades extracurriculares que frequenta regularmente

– Medo intenso de ficar longe dos pais ou cuidadores, mesmo que por um breve momento

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