No estado de Manipur, o conflito violento resultou em centenas de igrejas destruídas e mais de 15 mil cristãos se tornaram deslocados internos
Por Patricia Scott
Há quase um mês, eclodiu um conflito no Estado indiano de Manipur, no Norte do país. A situação persiste e, por isso, a população cristã sente os reflexos: corte de internet e racionamento de energia elétrica.
Fontes da Missão Portas Abertas revelam que, no momento, a região está mais calma. Não há relatos de ataques violentos recentes. No entanto, a tensão e a possibilidade de novos embates permanecem.
A organização missionária relata que o número de igrejas incendiadas já chega a 300 e mais de mil casas de cristãos foram incendiadas e destruídas. Os cultos e as atividades das igrejas estão suspensos por período indeterminado.
Perseguição aos cristãos
Parceira local da Portas Abertas, Ashish*, afirmou que “os cristãos tribais das minorias kuki, chin, mizo e zomi consideram o cristianismo como parte da identidade deles”. Por isso, segundo ela, “a destruição das igrejas é uma ofensa contra as comunidades, sua identidade e o Deus a quem adoram”.
Devido à injustiça e ao descanso, os sentimentos das comunidades cristãs estão feridos. “Apesar das recomendações da Suprema Corte, o governo não agiu para impedir a violência e restabelecer a paz. Se houver uma guerra civil, será terrível. Muitas vidas e propriedades serão destruídas e a perseguição às minorias religiosas se tornará explícita”, relata Yohan Murray*, outro parceiro da Portas Abertas.
Sobre o conflito
As tensões entre cristãos da minoria étnica kuki e da comunidade hindu meitei se intensificaram no estado de Manipur, desde o final de abril. A situação é muito mais do que um conflito étnico, segundo Portas Abertas. A violência resultou na devastação do território Kuki. Pelo menos 64 seguidores de Jesus morreram. Mais de 15 mil cristãos se tornaram deslocados internos.
O preço dos itens de necessidade básica subiu rapidamente devido à instabilidade. Um saco de arroz, por exemplo, está 60% mais caro. Portas Abertas afirma que os trabalhadores estão preocupados com o futuro. Muitos já enfrentam a falta de recursos e a fome.
Escolas e outras instituições de ensino estão com as atividades suspensas. Há racionamento de combustíveis. Os saques nos bancos estão limitados.